Operação Lava Jato cumpre mandado em Cassilândia
A Polícia Federal esteve na cidade de Cassilândia nesta quarta-feira (31) para cumprir um mandado de busca e apreensão relacionado à 62º fase da Operação Lava Jato, batizada de Rock City. Nesta, é apurada a participação do Grupo Petrópolis no pagamento de propinas a políticos por meio de doações para campanhas eleitorais, além do crime de lavagem de dinheiro cometido pela empresa.
O presidente do Grupo Petrópolis, Walter Faria, é um dos alvos. De acordo com a PF, foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba um mandado de prisão preventiva, cinco mandados de prisão temporária e 33 mandados de busca e apreensão.
Eles são cumpridos em 15 cidades. Em São Paulo, foram cumpridos mandados em Boituva, Fernandópolis, Itu, Vinhedo, Piracicaba, Jacareí, Porto Feliz, Santa Fé do Sul, Santana do Parnaíba e São Paulo. Também foram cumpridos mandados em Cuiabá (MT), Cassilândia (MS), Belo Horizonte (MG), Petrópolis e Duque de Caxias (RJ).
O Grupo Petrópolis teria auxiliado a Odebrecht a pagar propina através da troca de reais no Brasil por dólares em contas no exterior. As investigações remontam a 2016, quando uma planilha com nomes de políticos e referência à cerveja Itaipava foi achada na casa do executivo da construtora Odebrecht Benedicto Junior.
Segundo delação do executivo, a construtora utilizou o Grupo Petrópolis para realizar doações para políticos de outubro de 2008 a junho de 2014. Em setembro de 2017, Walter Faria entregou à Polícia Federal planilhas com informações sobre repasses da empresa a políticos a pedido da Odebrecht. De acordo com os documentos, 255 doações foram realizadas somente nas campanhas de 2010 e de 2012, somando mais de R$ 68 milhões.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), as investigações apontam que Walter Faria e outros executivos do Grupo Petrópolis atuaram na lavagem de cerca de R$ 329 milhões de reais em contas fora do Brasil. Estas doações resultaram em uma dívida de R$ 120 milhões da Odebrecht com a cervejaria. Em contrapartida, a Odebrecht investia em negócios do grupo.
Os investigadores apontam ainda que Faria usou o programa de repatriação de recursos de 2017 para trazer ao Brasil, de forma ilegal, R$ 1,4 bilhão que foram obtidos por meio do esquema.