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Produtora sul-mato-grossense vende pipocas para arrecadar fundos em prol de filme sobre dislexia

Embusca de recursos para custear a conclusão de um longa-metragem que está sendo gravado no Rio Grande do Sul, uma produtora sul-mato-grossense passou a vender pizza e pipocas na cidade de Nova Alvorada do Sul. Rachel Campos tem deficiência auditiva e milita em prol de mais inclusão social, sendo muito reconhecida no seu município pela sua história de vida e superação.

Em entrevista ao site MS Hoje, via WhatsApp, a produtora contou que tem trabalhado ao lado de sua melhor amiga Joice Oliver, roterista do filme ‘Lição de Casa’ e que é o primeiro longa-metragem da América Latina a tratar do tema ‘Dislexia’, um distúrbio genético que faz com que as pessoas diagnosticadas tenham dificuldades no aprendizado, na leitura e também na escrita. A ideia do projeto é desenvolver um material didático em relação aos direitos e necessidades de pessoas que possuam a necessidade de uma atenção especial no processo de aprendizagem.

“Quem escreveu o roteiro é a Joice Oliver. Este filme conta a historia do sobrinho dela, que é disléxico. Ela é quem dirige e está gravando este longa em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Como a cidade é grande, é mais dificil de se levantar verba para terminar a produção. Já a cidade de Nova Andradina é pequena e também, pelo fato de que nasci aqui, tenho uma história de inclusão social e isso torna mais fácil a arrecadaçao do dinheiro”, explicou.

Ainda segundo Rachel Campos, o audiovisual é muito monopolisado no RS. Além disso, também já foi feita uma vakinha virtual para arrecadar fundos, no entanto, o processo é muito dificil. “Então o que está ajudando é vender pipocas e pedir algumas doações”, complementou. Ela tem feito essa rotina de vender pipocas em ruas e praças de Nova Andradina, geralmente nos períodos da tarde e a noite. “As vezes fico em frente ao Banco do Brasil ou na pracinha”, complementa.

Esse é o primeiro projeto cinematográfico que Rachel Campos está participando, entretanto, ela traz ao longo de sua vida uma série de atividades ligadas as causas sociais, sempre em prol do próximo. Atualmente, faltam 30 diárias para complementar a produção do longa. De acorco com ela, quem tiver interesse em ajudar pode fazer daações através do PIX, usando a chave ‘CNPJ Catrina Films 97552136000146’ ou entre em contato com a Catrina Films pelo telefone (51) 9 9948-8407 (somente via WhatsApp).

O filme

Produtora sul-mato-grossense vende pipocas para arrecadar fundos em prol de filme sobre dislexia

A obra foi desenvolvida utilizando como pano de fundo a amizade entre um menino disléxico e uma menina cega. Ambos tentam se ajustar ao sistema de ensino onde algumas pessoas estão completamente despreparadas. Todo o custo do projeto está orçado em R$ 50 mil, entre elenco, filmagem, produção e pós-produção.

“Queremos despertar a conscientização a respeito da importância de que o sistema educacional abrace todas as pessoas independente do grau de dificuldade em seu processo de alfabetização ou de qualquer outra dificuldade no decorrer do seu período escolar. É um dever de todos, respeitar as diferenças e lutar para que o sistema educacional seja digno e justo para todos, deixando de ser uma utopia se tornando realidade!”, cita a descrição do projeto.

No filme, o personagem principal é o Lucas, um menino incompreendido por sua dificuldade em ler e escrever (ele tem Dislexia) e que vive com seu irmão Luan e os pais Luciana e Marcos, na cidade de Torres, litoral do Rio Grande do Sul.

O cotidiano da família é alterado com a chegada de Marina, irmã de Luciana e que se torna responsável pelos cuidados dos sobrinhos, mesmo que a relação das irmãs ainda esteja abalada por questões familiares passadas.

Aos poucos, Marina percebe a dificuldade de aprendizado de Lucas. Isso faz com que ela comece a investigar o que o menino possa ter, o que a leva a suspeita de Dislexia.

Marina se predispõe a lutar para que essa necessidade seja reconhecida e que ele tenha a oportunidade de ser incluído da forma adequada no sistema educacional da escola em que ele estuda.

Lucas inicia um forte laço de amizade com Maria Flor, a nova aluna que é negra e deficiente visual. Flor é filha da professora Diana, que foge de Porto Alegre para Torres depois de sofrer inúmeros abusos do marido.

A menina, por mais que tente relevar, agindo de modo positivo, acaba se abalando em relação dos preconceitos sofridos por parte dos alunos da escola. Vendo a situação delicada em que Maria Flor e Lucas se encontram, Marina se une a mãe de Flor e com a professora Julia.

Elas recebem o apoio do diretor Ângelo e criam uma iniciativa de conscientização sobre a importância da educação inclusiva. Eles realizam a montagem de uma peça, onde é abordada diversas situações que podem orientar as pessoas a terem uma conduta melhor e exigirem que o ensino digno e justo seja colocado em prática. Desta forma eles iniciam uma mudança na localidade onde vivem.

Você pode acompanhar o desenvolvimento do filme através das redes sociais Lição de Casa: www.facebook.com/licaodecasaofilme

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