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A polícia continua investigando o assassinato da pecuarista de 38 anos ocorrido durante o roubo de sua casa, dentro de um condomínio de luxo de Campo Grande na quinta-feira (28). Os responsáveis pelo caso acreditam que uma das irmãs da vítima possa ter envolvimento no crime, após as duas funcionárias da casa terem delatado a familiar como cúmplice. A mulher foi morta por asfixia e esganadura.

A Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos), que investiga o caso, cita que a irmã da vítima manteve contato com a funcionária da casa, que trabalhou durante sete anos para ela e que também seria amante de pecuarista, de quem ainda recebia ajuda financeira.

A motivação para o crime pode ter relação com a disputa da herança deixada pelo pai das irmãs, morto em 2013 na cidade de Dourados e dono de muitas posses, como fazendas. A investigação descobriu que a irmã pediu ajuda à funcionária no intuito de essa fazer a patroa assinar documentos de quitação de uma dívida mediante a venda de 400 cabeças de gado por cerca de R$ 8 milhões.

Essas informações foram delatadas em depoimento pelas funcionárias da casa, que também são mãe e filha. No acordo, a irmã ainda teria dito para a funcionária que a patroa delas tinha problemas com bebidas e que ela deveria se aproveitar de um momento de vulnerabilidade para fazer com que a pecuarista assinasse os documentos.

Para conseguir convencer as funcionárias, a irmã prometeu dar a elas R$ 50 mil em dinheiro, caso conseguissem a assinatura dos documentos. Ainda de acordo com a versão das autoras, dias antes do crime a patroa chegou a assinar a papelada, no entanto, ela teria rasgado antes que fossem escaneados e entregues.

Diante disso, elas tiveram a ideia do falso roubo. Para a ação, o cunhado da funcionária-mãe foi chamado para interpretar o papel de bandido. Três dias antes do crime, eles se encontraram em uma pastelaria do bairro Tiradentes e, depois disso, compraram um simulacro de arma de fogo e também um boné.

No dia do crime, elas foram até ao atacadista, deixando o carro destrancado já para que o cunhado pudesse entrar, simulando o sequestro para que pudesse entrar no condomínio. Já em frente a casa, o homem desceu do carro com a filha da funcioária (sua sobrinha) enquanto que a outra permaneceu dentro do veículo já para dar a fuga ao grupo.

Quando eles entraram na casa encontraram a vítima na sala e o cunhado passou a agredir a pecuarista. Para evitar qualquer suspeita dos viznhos, ele tampou a boca dela com um pano e passou a esganá-la. O grupo não pretendia matar a vítima, isso fez com que mudassem os planos. Ao ver que a mulher tinha falecido, o cunhado e a sobrinha levaram o corpo dela para um dos quartos e o deitaram na cama e fugiram levando alguns objetos de valor para simular o latrocínio.

Dos três, apenas as duas empregadas foram presos até agora e devem passar por audiência de custódia neste sábado (30). A polícia segue buscando pelo homem.

Investigação contra a irmã e a vítima

De acordo com a Derf, as duas irmãs e também a mãe delas tinham em seus desfavores uma denúncia de contrabando de joias e tráfico de drogas. As três estavam sendo investigadas pela Polícia Federal, que apontou a família como proprietária de uma boca de fumo instalada dentro de outro condomínio de luxo de Campo Grande. O endereoç deste imovel não foi divulgado. Além disso, o trio, com a ajuda de um cunhado, tentou matar um traficante para roubarem R$ 600 mil, sendo que esse passou a ameaçá-las.

Um boletim de ocorrênica por ameaça chegou a ser registrado pela pecuarista morta no latrocínio. Conforme consta, no dia 21 de outubro de 2021 ela procurou a delegacia para informar que vinha sendo ameaçada por um desconhecido através de mensagens enviadas por um número desconhecido no WhatsApp. Na ocasião, o sujeito estava pedindo R$ 40 mil para não tornar pública um série de fotos sobre a vida pessoal dela. O caso nunca foi esclarecido pela polícia.

Além disso, a pecuarista também era investigada pela tentativa de homicídio contra o ex-marido, em crime ocorrido na cidade de Ponta Porã, em janeiro deste ano. Na ocasião, pistoleiros dispararam contra a vítima, que acabou ferida e socorrida a tempo. Ele então procurou a polícia e apontou para a possibilidade de sua ex-esposa ter contratado os pistoleiros.

Sobre esse caso, em junho deste ano, ela e outras familiares foram ouvidas pela Polícia Civil. Um dos pistoleiros foi preso, porém, não revelou de quem teria sido a ordem para matar o homem, sendo que ele ainda estava sendo cobrado pelo fato de cumprir o acordo ou então devolver o dinheiro pago pelo crime.

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