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Jornalista de partido político agarrou e tentou beijar mulher à força dentro do comitê

Os escândalos sexuais continuam movimentando os bastidores da política sul-mato-grossense, dessa vez, o novo caso que veio à tona aconteceu dentro da equipe de assessoria de um partido político, cujo escritório de campanha está montado em Campo Grande. Conforme o registro da ocorrência, feito no último dia 26 na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), uma funcionária teria sido assediada por um jornalista, que também teria tentado beijá-la na base da força.

Na versão da vítima, o jornalista teria abraçado e tentado beijá-la ao menos duas vezes, segurando o seu rosto. O homem a atacou pela primeira vez quando ela estava sozinha na cozinha do comitê. Na ocasião, o profissional já estaria no local quando a vítima chegou e lhe deu um abraço que, conforme ela, foi ‘demorado’, o que a deixou assustada. Em seguida, o sujeito tentou dar um beijo em sua boca, mas ela virou o rosto para evitar o ato, mas ele segurou o rosto dela e novamente tentou dar o beijo, mas ela se afastou antes. Depois disso, a mulher empurrou e citou que nunca havia dado liberdade ao colega de trabalho, que a olhou com ‘ar de deboche’.

Ainda segundo o depoimento da vítima, dias depois, em um evento para promover as mulheres no partido, o jornalista tentou agarrar a vítima novamente perto da mesa de onde os convidados eram servidos. Na nova investida, o jornalista a abraçou e segurou o rosto da vítima para beijá-la, porém, novamente ela se afastou. Apesar do ambiente repleto de pessoas, ninguém percebeu o que tinha acontecido e o evento seguiu normalmente.

Diante das situação, a funcionária diz que passou a se sentir incomodada e prejudicada com a presença do jornalista. No depoimento, ela reforça que tinha medo de encontrar o autor no comitê, principalmente de encontrá-lo sozinho e sofrer algum tipo de violência sexual. A mulher citou também que conversou com o chefe, que a orientou a registrar um boletim de ocorrência narrando os fatos, e assim fez. O caso foi registrado como importunação sexual e, segundo a atualização, o jornalista já foi demitido e também compareceu a DEAM para prestar esclarecimentos.

De acordo com a Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres, o crime de importunação sexual, definido pela Lei nº 13.718/18, é caracterizado pela realização de ato libidinoso na presença de alguém de forma não consensual, com o objetivo de “satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”. O caso mais comum é o assédio sofrido por mulheres em meios de transporte coletivo, mas também enquadra ações como beijos forçados e passar a mão no corpo alheio sem permissão. O infrator pode ser punido com prisão de um a cinco anos.

Os nomes dos envolvidos e também do partido político onde tudo aconteceu foram preservados pela reportagem.

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