Procurada há 9 anos, mulher que matou comerciante na Capital em 2005 é presa no RJ
Quase 20 anos depois de ter matado um comerciante queimado em Campo Grande, a assassina, de 4 anos, foi capturada pela polícia do Rio de Janeiro no dia 10 de junho. A notícia da prisão só foi divulgada nesta sexta-feira (08).
O crime aconteceu na noite do dia 12 de abril de 2005, na Travessa Alecrim, na região central da cidade. A autora chegou a ser presa e confessou o ato, alegando ter agido em legítima defesa. O caso foi parar no Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que denunciou a mulher pelo homicidio.
A mulher responde pelo homicídio qualificado por emprego de fogo. Havia contra ela um mandado de prisão preventiva em aberto que foi expedido pela 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande há nove anos, no entanto, ela nunca foi encontrada pela polícia.
A prisão dela aconteceu após policiais civis da DRF (Delegacia de Roubos e Furtos) do Rio de Janeiro (RJ), em apoio à DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), localizarem a suspeita em uma agência dos Correios, no centro da cidade. Os detalhes da prisão não foram divulgados.
Com a prisão, o processo judicial voltou a tramitar e a primeira audiência do caso foi marcada para dia 18 de outubro deste ano.
O caso
Na época, conforme o registro de ocorrência, policiais foram acionados para atender uma briga entre moradores no centro da cidade. No local, um homem de 49 anos foi encontrado com ferimentos provocados por um incêndio.
A vizinha foi detida e confessou ter ateado fogo no homem, sustentando que tinha sido agredida pelo sujeito com um pedaço de madeira. Ainda na sua versão, disse que jogou álcool no homem e, em seguida, ateou fogo.
Na ocasião, quando tudo aconteceu, a mulher estava na frente de sua casa juntando folhas secas para atear fogo, por isso tinha uma garrafa de 2 litros com álcool e também uma tocha feita com cabo de vassoura e camisa velha.
No depoimento, a mulher disse que a vítima chegou agressivo, perguntando pela sua namorada que então morava na casa de frente da dela. O homem estava com pedaço de madeira na mão e foi em sua direção.
Com medo, ela jogou o álcool que tinha colocado em um copo contra ele. Apesar disso, ela afirmou ter sido agredida no quadril e, em resposta, acendeu a tocha e depois ateou fogo no homem, que foi queimado em diversas partes do corpo.
A partir disso, foi até uma vizinha pedir socorro e, ao voltar para sua casa, viu o homem apagando o fogo do corpo com a água que estava no tanque. Ela correu até um orelhão, na Rua 7 de Setembro, e acionou a Polícia Militar.
Quando voltou para casa, o homem estava sendo atendido pelo Corpo de Bombeiros. Ele foi internado na Santa Casa com queimaduras de 2º e 3º graus, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no dia 27 de maio de 2005. A mulher foi acusada de homicídio qualificado por emprego de meio cruel.
No dia 8 de fevereiro de 2013, consta no processo que o oficial de Justiça não conseguiu oficiar a estudante da denúncia, por estar em “local incerto e não sabido”. No dia 17 de abril daquele ano, o juiz suspendeu o prazo prescricional, ou seja, o processo parou de tramitar até que ela fosse encontrada. A prisão preventiva foi decretada e o mandado tinha validade até 25 de março de 2052.
Após ser presa, ela foi levada para um presídio no Rio de Janeiro e agora será transferida para outro presídio, agora em Mato Grosso do Sul, onde irá responder pelo crime. A primeira audiência de instrução e julgamento irá acontecer no dia 18 de outubro.