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Jogos Pan-Americanos: Flávia Saraiva leva o bronze no individual da ginástica artística

Até o último momento Flávia Saraiva acreditou na medalha. E ela veio na última nota! Quarta colocada na classificatória, a ginasta brasileira cresceu na final do individual geral e conquistou o bronze da prova nesta segunda-feira, nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Flavinha só não superou a vice-campeã americana Riley McCusker e a canadense Ellie Black, que faturou o bicampeonato da prova. Segunda brasileira na decisão desta segunda-feira, Thaís Fidelis manteve a sexta posição da classificatória.

Flavinha chegou à última rotação quase um ponto atrás da americana Kara Eaker, que figurava na terceira colocação. Aí a brasileira deu um show no solo e conseguiu 13,900 pontos, a maior nota do dia no aparelho. Foi o diferencial para ela somar 54,350 pontos e alcançar o bronze. Só não deu para passar Ellie Black (55,250) e Riley McCusker (55,125). Thaís também melhorou sua pontuação em relação à classificatória, terminando com 52,700 pontos na sexta posição.

– A gente faz contas, mas eu foco mais em mim. Eu só gosto de ver o placar no final. Aí deu um alívio. É muito gratificante. Tudo valeu a pena. Gostei da competição, mas sei que posso fazer um pouco mais. Sempre nos cobramos para fazer melhor. A gente gosta de fazer tudo perfeito – disse Flavinha.

Flávia Saraiva leva o bronze do individual geral do Pan — Foto: Ricardo Bufolin / Panamerica Press / CBG
Flávia Saraiva leva o bronze do individual geral do Pan — Foto: Ricardo Bufolin / Panamerica Press / CBG

Com isso, o pódio do individual geral de Lima 2019 foi bem parecido com o de Toronto 2015, quando Ellie Black também foi campeã e Flavinha levou o bronze. A única mudança foi o nome da americana vice-campeã, que há quatro anos havia sido Madison Desch.

O feito de Flavinha ganha maior relevância uma vez que ela se colocou entre medalhistas mundiais. Ellie Black foi vice-campeã mundia do individual geral em 2017. Riley McCusker e Kara Eaker ajudaram os Estados Unidos a conquistar o título mundial por equipes no ano passado.

Flavinha ainda volta ao Ginásio Villa El Salvador na quarta-feira, a partir das 15h (de Brasília), para disputar as finais da trave e do solo. Thaís também disputa a decisão do solo.

Notas do Top 6 na final do individual geral

Ginasta Salto Barras Trave Solo Total
Ellie Black (CAN) 14,450 14,300 13,900 12,600 55,250
Riley McCusker (EUA) 14,250 13,150 14,200 13,525 55,125
Flávia Saraiva (BRA) 14,150 12,800 13,500 13,900 54,350
Kara Eaker (EUA) 13,950 13,950 13,500 12,350 53,750
Martina Dominici (ARG) 13,850 13,300 12,800 12,850 52,800
Thaís Fidelis (BRA) 13,700 12,750 13,000 13,250 52,700

A final prova a prova

Primeira rotação – salto
O grupo favorito ao pódio começou no salto. A canadense Ellie Black confirmou o status de boa saltadora e liderou com 14,450 pontos. Flavinha, que tinha ido muito bem na classificatória, teve pequenos problemas na aterrissagem do Duplo Twist Yurchenko (DTY) e tirou 14,150, figurando na terceira posição ao fim da primeira rotação, atrás de Ellie e da americana Riley McCusker (14,250 também com um DTY). Thaís apresentou um salto mais simples, porém bem executado e conseguiu 13,700 para iniciar a disputa na sexta posição.

Segunda rotação – barras assimétricas
Era a vez das barras assimétricas, aparelho que é o ponto fraco das duas brasileiras. Thaís fez uma série mais simples e conseguiu 12,750 pontos, mantendo a sexta posição. Flavinha teve problema na aterrissagem, deu dois passos largos, mas acabou tirando 12,800, mesmo nota da classificatória, mas caindo para o quinto posto. A americana Riley McCusker, especialista no aparelho, sofreu uma queda e acabou tirando quase dois pontos a menos do que fez na classificatória, com 13,150, caindo para a terceira posição. Com 14,300 pontos, a canadense Ellie Black abriu vantagem na liderança, seguida pela americana Kara Eaker.

Terceira rotação – trave
A trave, que derrubou as duas brasileiras na classificatória, desta vez foi domada. Thaís cravou sua série e tirou 13,000 pontos, quase um a mais que na classificatória para manter o sexto posto. Flavinha teve um início de prova muito firme, só não se sentiu segura para repetir a sequência acrobática que a derrubou na classificatória. Melhor assim. Manteve o grau de dificuldade e ainda melhorou a execução para tirar 13,500 e subir para a quarta posição. Dominante, a canadense Ellie Black seguiu firme na liderança com 13,900 na trave. Especialista no aparelho, a americana Kara Eaker sofreu uma queda logo na entrada e tirou 13,500, caindo para a terceira posição e deixando a compatriota Riley McCusker voltar à vice-liderança.

Quarta rotação – solo
Quarta colocada no solo do Mundial de 2017, Thaís Fidelis não cravou todas as suas aterrissagens, mas teve uma boa apresentação de 13,250 pontos para confirmar a sexta posição, somando 52,700 pontos. Quinta colocada no solo do Mundial de 2018, Flavinha deu show, foi quase perfeita e tirou 13,900 para somar 54,350 pontos. O solo da brasileira, o melhor do dia, foi o diferencial para colocá-la no pódio. A americana Kara Eaker sofreu uma nova queda e caiu para o quarto posto. Sempre muito segura, a canadense Ellie Black cometeu uma falha grave, saiu do tablado e tirou 12,600, mas ainda conseguiu ficar com o título. Riley McCusker levou a prata, com 13,525 no solo.

*Por Globoesporte

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