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MS registra segundo caso suspeito da Varíola dos Macacos

Vinda de Londres (Inglaterra) para Campo Grande, uma criança de dois anos de idade está sendo monitorada pelas autoridades de saúde de Mato Grosso do Sul por suspeita de estar infectada pelo vírus conhecido como “Varíola dos Macacos’ (Monkeypox). A Secretaria do Estado de Saúde (SES) informou que o paciente está em isolamento domiciliar.

Segundo as informações, os pais da criança procuraram por uma unidade de saúde após o filho apresentar sintomas da doença, na segunda-feira (27). Entre os indícios apresentados pelo paciente está a presença de erupção cutânea múltipla por todo o corpo, sendo essa a principal característica do novo vírus.

A criança já teve exames coletados e aguardam pelos resultados. Atualmente, o quadro clínico indica que ela está em bom estado de saúde e segue em isolamento domiciliar. A informação do novo caso em MS partiu do Ministério da Saúde, através do boletim diário da doença. O Estado contabiliza, agora, dois casos suspeitos de Varíola dos Macacos, sendo que o primeiro foi descartado no último dia 10 de junho.

De acordo com a SES, por agora será estudado o histórico da criança, se ela possui doenças como varicela, herpes zoster, sarampo, zika, dengue, Chikungunya, herpes simples, infecções bacterianas da pele, infecção gonocócica disseminada, sífilis primária ou secundária, cancroide, linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, molusco contagioso (poxvirus) e até mesmo eventuais reação alérgica a plantas, por exemplo.

O primeiro caso suspeito da varíola dos macacos em Mato Grosso do Sul era um adolescente boliviano que procurou atendimento médico na Santa Casa de Corumbá. Ele permaneceu internado no hospital com lesões na pele, mas em 10 de junho os exames para a doença foram negativos e o diagnóstico foi de reação alérgica a um medicamento que foi prescrito na Bolívia. Ele permaneceu internado para tratar as lesões na pele.

Diante do surgimento do cenário da Monkeypox no mundo, o CIEVS Estadual e a Gerência Técnica Estadual de Saúde Única de Mato Grosso do Sul emitiram comunicação de risco a todos os municípios do estado para que todo sistema de vigilância fique alerta e execute ações oportunas em caso de aparecimento de casos suspeitos.

varíola dos macacos

Varíola dos Macacos

A varíola dos macacos é transmitida pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero orthopoxvirus. É considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O nome monkeypox se origina da descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. O primeiro caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo em 1970. Atualmente, segundo a OMS esclareceu, a maioria dos animais suscetíveis a este tipo de varíola são roedores, como ratos e cão-da-pradaria.

A transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. E, segundo o órgão de saúde, a transmissão de humano para humano está ocorrendo entre pessoas com contato físico próximo com casos sintomáticos.

O contato próximo com pessoas infectadas ou materiais contaminados deve ser evitado. Luvas e outras roupas e equipamentos de proteção individual devem ser usados ​​ao cuidar dos doentes, seja em uma unidade de saúde ou em casa.

Sintomas

A OMS descreve quadros diferentes de sintomas para casos suspeitos, prováveis e confirmados. Passa a ser considerado um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresente pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável e esteja em um país onde a varíola dos macacos não é endêmica. Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, é necessário fazer exame para confirmar ou descartar a doença.

Casos considerados “prováveis” incluem sintomas semelhantes aos dos casos suspeitos, como contato físico pele a pele ou com lesões na pele, contato sexual ou com materiais contaminados 21 dias antes do início dos sintomas. Soma-se a isso, histórico de viagens para um país endêmico ou ter tido contato próximo com possíveis infectados no mesmo período e/ou ter resultado positivo para um teste sorológico de orthopoxvirus na ausência de vacinação contra varíola ou outra exposição conhecida ao vírus.

Casos confirmados ocorrem quando há confirmação laboratorial para o vírus da varíola dos macacos por meio do exame PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) em tempo real e/ou sequenciamento.

O surto de varíola dos macacos, que já foi confirmado em 16 países e várias regiões do mundo, ainda pode ser controlado e a OMS garantiu, na terça-feira (24/5/22), que o risco de transmissão é baixo.

Vacinas

A vacinação contra a varíola tradicional é eficaz também para a varíola dos macacos, mas a OMS explicou que pessoas com 50 anos ou menos podem estar mais suscetíveis já que as campanhas de vacinação contra a varíola foram interrompidas pelo mundo quando a doença foi erradicada em 1980.

A agência trabalha na verificação dos estoques atuais de vacina da varíola para ver se precisam ser atualizados.

A prevenção e o controle dependem da conscientização das comunidades e da educação dos profissionais de saúde para prevenir a infecção e interromper a transmissão.

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