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Com 78 casos em 2022, Santa Casa de Campo Grande alerta para ‘vírus do inverno’ em crianças

Com 78 casos registrados somente neste ano de 2022, a Santa Casa de Campo Grande emitiu um alerta aos pais e responsáveis por crianças sobre a possibilidade do aumento na transmissão do chamado Vírus Sincicial Respiratório (VSR). A doença é considerada típica na estação do inverno, que entrou em vigor no Brasil no último dia 21.

A presença do vírus pode ser identificada pela dificuldade em respirar, secreção nasal, espirros, chiado, dificuldades para mamar, dor de cabeça, dor de garganta, perda de apetite e cansaço. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o VSR é responsável por até 75% das bronquiolites (inflamação dos bronquíolos em crianças pequenas e bebês) e 40% das pneumonias no país.

Fazem parte dos grupos de risco para desenvolver formas graves da doença, além dos prematuros, os portadores de distúrbios cardíacos congênitos, de doenças pulmonares crônicas e de imunodeficiência congênita ou adquirida. No caso de crianças que possuem um sistema imunológico imaturo, há uma preocupação ainda maior, já que não existe vacina contra a doença.

Conforme a dra. Paola Stella de Oliveira, coordenadora médica do Serviço de Pediatria da Santa Casa, a maior ocorrência do vírus está em crianças, principalmente, de um  aos três anos. “O vírus acomete tanto os inferiores como as vias respiratórias superiores, em agravantes também estão pacientes cardiopatas ou com fibrose cística”, destacou.

Ainda segundo a profissional, o período de maior contágio é nos primeiros dias da infecção. “O vírus é contraído através das mucosas da boca, do nariz ou dos olhos. O período de incubação varia de dois a oito dias”, detalhou a médica. A transmissão começa dois dias antes de aparecerem os sintomas e só termina quando a infecção está completamente controlada.

O contágio se dá pelo contato direto com as secreções eliminadas pela pessoa infectada quando tosse, espirra ou fala e, de forma indireta, pelo contato com superfícies e objetos contaminados (brinquedos e maçanetas de portas, por exemplo), nos quais o vírus pode sobreviver por várias horas.

Prevenção e tratamento

Assim como a COVID-19, o VSR é muito contagioso. Por conta disso, as formas de prevenção são evitando a aglomerações de pessoas, além de lavar bem as mão com água e sabão e passar sempre o álcool 70%.

Tabagismo passivo, ambientes pouco ventilados e o desmame precoce – visto que pode afetar o fortalecimento do sistema imunológico da criança – são outras condições que favorecem ao contágio do vírus.

“Familiares e profissionais de saúde devem ser orientados sobre a importância da higiene das mãos e de se evitar ambientes fechados. Caso tenha tosse, febre, coriza ou cansaço, a família deve procurar o pediatra para que a criança seja acondicionada e inicializado o tratamento”, reforçou Paola de Oliveira.

Os casos de infecção pelo VSR são mais frequentes no final do outono, durante o inverno e no início da primavera, o que, no Brasil, corresponde aos meses compreendidos entre maio e setembro.

Qualquer pessoa pode ser infectada pelo vírus sincicial respiratório. As manifestações clínicas variam de acordo com a idade (nos dois extremos da vida são mais graves), a exposição anterior ao vírus e a existência de doenças subjacentes.

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