Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, é preso por tráfico de influência no MEC
O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso nesta quarta-feira (22) na Operação Acesso Pago, da Polícia Federal, que apura tráfico de influência de pastores e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
Ele foi preso na cidade de Santos e será levado para a capital São Paulo e depois transferido para Brasília. Ao todo, são cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e cinco prisões em Goiás, São Paulo, Pará e no Distrito Federal.
Ribeiro deve responder por corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. Além dele, foram presos os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, apontados como lobistas que atuavam no MEC.
As ordens judiciais foram emitidas pela 15ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal. A investigação corre sob sigilo.
O caso
Em março deste ano houve o vazamento de um áudio em que Milton Ribeiro afirmou privilegiar prefeitos que foram indicados pelos pastores. “Atender primeiro os municípios que mais precisam” e “atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, disse o ministro.
Ainda de acordo com a gravação, isso teria sido “um pedido especial que o presidente da República [Jair Bolsonaro]” fez para ele.
Após o vazamento do áudio, Ribeiro alegou que não houve influência do presidente no caso e afirmou que o envio dos recursos da pasta aos estados e municípios é feito com base em critérios técnicos.
Ribeiro foi nomeado para assumir o MEC em julho de 2021, após a saída de Abraham Weintraub, sendo então o quarto ministro a comandar a Educação em apenas um ano e meio de governo.
O crime de tráfico de influência tem pena prevista de dois a cinco anos de reclusão. São investigados também fatos tipificados como crime de corrupção passiva (dois a 12 anos de reclusão), prevaricação (três meses a um ano de detenção) e advocacia administrativa (um a três meses).