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Após acordo, ônibus irão voltar a rodar em Campo Grande na quarta-feira

Após passar um dia inteiro sem funcionar, o serviço de transporte público de Campo Grande será retomado na quarta-feira (22) em seu ritmo normal. A decisão foi tomada no início da noite desta terça (21), em uma audiência de conciliação entre os representantes dos motoristas, das empresas de viação que formam o Consórcio Guaicurus, consórcio responsável pela operação do serviço na cidade, do Ministério Público e da Prefeitura de Campo Grande.

Ao término da reunião, o presidente do STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), Demétrio Ferreira, afirmou que os motoristas irão voltar ao trabalho, mas somente a partir da quarta-feira (22). “Ônibus vão sair normal das garagens e as empresas disseram que vão cumprir com o pagamento, não é o que queríamos, mas temos a liminar. Com a intermediação do Ministério Público e Tribunal foi sugerido a proposta, mas não conseguimos que o pagamento fosse feito amanhã”, declarou ele.

Desde as primeiras horas de manhã desta terça-feira, os motoristas cruzaram os braços e nenhum ônibus saiu da garagem para o itinerário habitual. A categoria disse que não recebeu o vale quinzenal na segunda-feira (20), como era previsto. Sobre isso, na conciliação ficou determinado que a antecipação de parte do salário deve acontecer no dia 28 de julho.

Além disso, foi acertado que os 50% restantes do APLR (percentual de 9% do salário-base) que deveria ter sido pago pelas empresas no dia 20 do maio será quitado no dia 30 deste mês. E foi definido ainda que o dia de greve será considerado como “abono”, ou seja, os trabalhadores não terão o dia descontado.

De acordo com o advogado do Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de Passageiros de Mato Grosso do Sul (SETUR-MS), Felipe Barbosa da Silva, o verdadeiro problema está no equilíbrio das finanças do Consórcio Guaicurus. “Através do diálogo conseguimos um acordo momentâneo, atrasamos o pagamento do adiantamento para semana que vem. Porém, em tese, o adiamento não resolve os problemas das empresas. A situação em definitivo demanda uma intervenção dos órgãos públicos, do Tribunal de Contas e da prefeitura”, detalhou aos jornalistas.

Ainda pela manhã, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, desembargador André Oliveira, deferiu o pedido liminar do Setur para retorno imediato ao trabalho dos motoristas. Por se tratar de um serviço essencial à população e a fim de preservar o direito de locomoção dos cidadãos, a decisão determina a manutenção de 80% dos serviços de transporte coletivo urbano sob pena de multa no valor R$ 200 mil ao dia.

A procuradora-chefe do MPT-MS (Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul), Cândice Gabriela Arosio, destacou para a imprensa que o empasse entre os trabalhadores, o Consórcio Guaicurus e Prefeitura não chegou o fim e uma outra reunião foi marcada para sexta-feira (24), devendo contar com representantes do Governo do Estado, Câmara Municipal, Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos).

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