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Delinha, a Dama do Rasqueado, morre aos 85 anos em Campo Grande

A embaixadora da cultura sul-mato-grossense e um dos maiores nomes de música sertaneja regional, a cantora Delinha foi encontrada morta na manhã desta quinta-feira (16) em sua casa, em Campo Grande, aos 85 anos.

A informação foi confirmada pelo filho da cantora, João Paulo Pompeu. “Recebi a informação ainda cedo, estava trabalhando e me informaram sobre a morte da minha mãe”, disse o

Também conhecida pelo título de a “Dama do Rasqueado”, Delinha morreu de insuficiência respiratória enquanto dormia.

Ela recebia atendimento médico em casa, onde tinha uma cuidadora particular. A artista tratava de um doença pulmonar crônica e esteve internada no mês passado por 11 dias. O quadro clínico era de crises respiratórias aguda e falta de ar.

A cantora tinha mais de 60 anos de carreira e conquistou o sucesso nacional ao lado do marido, Délio José Pompeu, com quem formou a dupla Délio e Delinha por décadas.

O corpo será velado na Câmara Municipal Municipal de Campo Grande das 11h às 16h de hoje. A cerimônia será aberta ao público.

Em seguida, o corpo será translado para o Cemitério Jardim da Paz, na saída para Sidrolândia. O sepultamento começará às 17h.

A carreira

Delinha e o marido José Pompeu, o Délio

Delanira Pereira Gonçalves tinha 8 anos quando se mudou de Maracaju para Campo Grande com a sua família e desde sempre morou na mesma casa de madeira do bairro Amambaí.

A carreira foi iniciada no fim da década de 50, em parceria com o ex-marido Délio, que também era o seu primo. A dupla Délio e Delinha chegaram a ficar conhecidos como o “Casal de Onças de Mato Grosso (Uno)”.

Os dois se separaram nos anos 70, retornando a cantar juntos anos depois. Délio faleceu em 2010. Além dele, Delinha também se apresentou em parceria com Jairo.

Délio e Delinha ficaram conhecidos pelo rasqueado “Prenda querida” e a guarânia “Meu cigarro”, de 1960. Também é deles o rasqueado “Querendo você”, em parceria com Biguá. O casal foi pioneiro gravando suas obras em São Paulo.

A dupla estava empenhada em gravar ritmos considerados de raiz, como o rasqueado e a cava-verde, entre outros. Em 1961 gravaram, de autoria da dupla, a cana-verde “Louvor a São João” e o arrasta-pé “Triste verdade”. Em 1962 gravaram os rasqueados “Coisinha querida”, “Goianinha” e “Estrela do luar”.

Em 1963 gravaram, entre outras composições, o maxixe “Mundo de ilusão” e a cana-verde “Triste adeus”, ambas de autoria da dupla. No ano segunte gravaram o rasqueado “Lembrando Mato Grosso” e o maxixe “Esperança perdida”.

Ao longo da carreira de Delinha, foram 19 álbuns e 2 DVDs. A discografia conta com 39 discos, entre LP’s e CD’s, sendo a maior discografia registrada no Estado.

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