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Unei Dom Bosco está sendo reformada com mão de obra de presos do semiaberto

Feita por reeducandos do regime semiaberto de Campo Grande, a reforma da Unidade Educacional de Internação (Unei) Dom Bosco começou a ser executada nesta segunda-feira (13). De acordo com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), esta é a primeira unidade a ser reformada pelo projeto “Revitalizando a Educação com Liberdade”.

A iniciativa é realizada por meio da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande e o recurso para a obra é arrecadado com o desconto de 10% dos salários dos detentos que trabalham, gerando benefícios para os condenados a cumprir medidas socioeducativas, pois ficarão em local adequado, e para o Estado, que administra as unidades de internação.

Ainda segundo o TJMS, até o momento os detentos têm trabalhado apenas com reformas de escolas estaduais e, desde a primeira obra, já foram investidos valores que ultrapassam R$ 3 milhões do dinheiro dos presos.

Para a revitalização da Unei Dom Bosco trabalharão 25 internos do semiaberto e os recursos relativos ao transporte e pagamento da remuneração dos internos serão custeados por meio do convênio entre a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e o Conselho da Comunidade de Campo Grande.

A reforma é necessária em razão de o local não dispor de condições adequadas para o cumprimento das medidas socioeducativas, apresentando estrutura precária de higiene, ventilação, umidade, entre outros.

O projeto

Idealizado pelo juiz Albino Coimbra Neto, da 2ª VEP de Campo Grande, o projeto “Revitalizando a Educação com Liberdade” teve início em 2013 e, ao longo dos anos de atuação, já possibilitou a economia aos cofres públicos de mais de R$ 11 milhões (sendo R$ 3 milhões de investimento dos reeducandos) com a execução de 13 reformas de escolas públicas estaduais da Capital, empregando o dinheiro e a mão de obra prisional.

O pagamento dos internos é administrado pelo Conselho da Comunidade de Campo Grande. São também parceiros do projeto o Ministério Público do Trabalho e o Senai, que oferece a formação gratuita dos presos no canteiro de obras. Os detentos que participam de todas as fases do projeto recebem três certificados: pedreiro de alvenaria, pedreiro de revestimento e pintor de obras.

A iniciativa inovadora do Tribunal de Justiça de MS tem o reconhecimento nacional e serve de exemplo de ressocialização pelo trabalho, juntamente com uma ação em prol da melhoria de infraestruturas que necessitam de condições físicas mais adequadas.

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