Renda média real dos sul-mato-grossenses caiu quase 10% em dois anos
Dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada nesta sexta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), colocam o Estado de Mato Grosso do Sul com o 8º menor índice de beneficiários do programa federal Bolsa Família, com 4,9% dos domicílios recebendo a assistênia financeira.
Ainda de acordo com o levantamento, o rendimento médio mensal domiciliar per capita dos beneficiários do programa em MS reduziu 10,7% em nove anos, caindo de R$ 541,00 em 2012 para R$ 483,00 em 2021. O rendimento médio mensal domiciliar per capita das famílias não beneficiárias do Bolsa Família também caiu. No ano passado, a renda era de R$ 1.503,00, menor valor da série desde 2012, quando a renda era de R$ 1.589,00.
A pesquisa do IBGE trouxe também os dados da renda média real da população de Mato Grosso do Sul, apontando que de 2019 a 2021 caiu quase 10%, de R$ 2.663,00 para R$ R$ 2.398,00. Comparando com dados de 2016, percebe-se que o rendimento médio real do sul-mato-grossense caiu 2,7%, naquele ano a média era de R$ 2.464,00.
População rica x pobre
A pesquisa detalhou também que a renda média da população mais rica em MS é 57,6 vezes maior do que a mais pobre. 1% da população é considerada mais rica, tendo a renda média de R$ 26.995,00 mensais enquanto que a população mais pobre, que correspondente a 10%, recebe apenas R$ 468,50 mensais em 2021.
A desigualdade medida pelo Índice de Gini, que mede distribuição, concentração e desigualdade econômica, atingiu o maior índice desde 2013, quando era de 0,456, e em 2021 foi para 0,459.
O Índice de Gini é um instrumento para medir o grau de concentração de renda, apontando a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. O índice varia de zero a um, sendo que zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. Já o um representa o extremo da desigualdade, ou seja, uma só pessoa detém toda a riqueza.
Perfil socioeconômico
Os dados da pesquisa também revelam que MS alcançou 1,25 milhão de pessoas ocupadas no ano passado, crescimento de 2,62% para o ano anterior (2020).
Entre a população sul mato-grossense ocupada em 2021, 729 mil são homens (58,2%) e 524 mil mulheres (41,8%); 537 mil se declararam da cor branca (42,9%), 96 mil pretos (7,7%) e 602 mil pardos (48,1%); 19 mil (1,5%) não têm instrução, 284 mil (22,7%) tem o ensino fundamental incompleto ou equivalente, 110 mil (8,7%) têm ensino fundamental completo ou equivalente, 95 mil (7,6%) o ensino médio incompleto ou equivalente, 361 mil (28,8%) o ensino completo ou equivalente, 97 mil (7,8%) têm o ensino superior incompleto ou equivalente e 286 mil (22,9%) possuem o superior completo.