Único a votar, Luiz Fux defende multa e proibição da venda de bebidas às margens das BR’s
Teve início nesta quarta-feira (18) o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) de um caso que promete alterar a punição aos motoristas que se negarem realizar o teste do bafômetro nas rodovias federais brasileiras, as populares BR’s.
O presidente da Corte, ministro Luiz Fux, foi o prmeiro e único a votar até agora. Ele validou a aplicação de multa para os motoristas que se recusam a fazer o teste do bafômetro e se manifestou pela validade da proibição da venda de bebidas às margens de rodovias federais.
No voto, Fux entendeu que a aplicação das sanções não viola o princípio constitucional que impede a autoincriminação por tratar-se de punições administrativas.
Além disso, o presidente do STF argumentou que estudos científicos demonstram que não há nível seguro de alcoolemia na condução de veículos e que todo condutor que dirige após a ingestão de álcool deixa de ser considerado um motorista responsável.
“A imposição de sanções administrativas ao motorista que se recusa à realização dos testes constitui o único meio eficaz de garantir o cumprimento da norma proibitiva”, afirmou.
Conforme as informações, está sendo julgado o recurso do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran/RS) para manter a aplicação de multa contra um motorista que foi parado em uma blitz e se recusou a fazer o teste do bafômetro. Ele foi multado e recorreu à Justiça para alegar que não pode ser punido ao se recusar a soprar o bafômetro.
Pelo Código de Transito Brasileiro (CTB), o motorista que se recusa a ser submetido ao teste do bafômetro está sujeito à multa gravíssima de R$ 2.934,70 e pode ter a licença para dirigir suspensa por 12 meses. Atualmente, a tolerância é zero para qualquer nível de álcool no organismo.
Ao memo tempo, também estão em análise dois recursos de entidades que representam o setor do comércio contra alterações na legislação de trânsito que proibiram a venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos que ficam às margens de rodovias federais.
Após o voto do relator, a sessão foi suspensa e será retomada na quinta-feira (19). Mais dez ministros vão votar, porém, o julgamento pode ser adiato se algum destes pedir.