Governos de três países estão investigando o assassinato do promotor Marcelo Pecci
Os Estados Unidos foram acionados pelas autoridades policiais da Colômbia para auxiliar no processo de investigação do assassinato do promotor de Justiça Marcelo Pecci, de 45 anos. O crime aconteceu na manhã desta terça-feira (10) na praia privada do hotel Decamerón, na província de Barú, em Cartagena das Índias, na costa caribenha colombiana. Ele foi morto a tiros disparados por uma dupla que estava em um jet ski.
Pecci é um dos investigadores mais respeitados do Paraguai, onde apurava crimes de desvio de dinheiro, tráfico de drogas, contrabando, entre outros. Ele era o atual chefe da força-tarefa contra o crime organizado que atua na linha internacional entre Paraguai, Brasil e a Bolívia.
De acordo com o chefe da polícia colombiana, general Jorge Luis Vargas, a procuradora-geral do Paraguai Sandra Quiñonez foi chamada pelo Governo local para que o país ajude nas investigações. A principal suspeita das autoridades é de que a ordem para matar o promotor de Justiça tenha partido da fronteira com o Estado de Mato Grosso do Sul, onde as facções organizadas estão mais atuantes.
A imprensa da Colômbia apurou que investigadores já estão vasculhando a lista de passageiros que chegaram de avião a Cartagena nos últimos dias. A suspeita é que os criminosos tenham seguido o promotor desde o Paraguai. O acesso ao hotel onde Marcelo Pecci estaava só é possível de embarcação, mas ainda não está claro se os pistoleiros estavam na península ou chegaram de lancha.
O atentado contra o promotor aconteceu quando ele estava saindo do hotel. A esposa dele não foi atingida pelos tiros. “Foi quando ele estava a caminho da ilha de Barú, saindo do hotel. Os atiradores se aproximaram em um jet ski direto para ele e dispararam várias vezes”, cita a investigação. A quantidade de tiros não foi revelada ainda.
O ex-promotor e ex-ministro do Interior do Paraguai Arnaldo Giuzzio, afirmou que o assassinato de Marcelo Pecci é um recado do crime organizado às autoridades que lutam contra o narcotráfico em solo paraguaio. “Tenho certeza que a ordem para assassinar Marcelo partiu daqui do Paragua”, disse à imprensa.
O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, confirmou a morte em uma rede social: “O covarde assassinato do promotor Marcelo Pecci na Colômbia deixa toda a nação paraguaia de luto. Condenamos, da maneira mais enérgica, esse trágico incidente e redobramos nosso compromisso de lutar contra o crime organizado”, disse ele.
Era para ser o dia perfeito
Marcelo Daniel Pecci Albertini estava vivendo os dias mais perfeitos de sua vida até então. No último dia 30 de abril, se casou com a jornalista Claudia Aguilera, em Asunción (PY), e somente agora conseguiu férias na promotoria para passar a lua de mel. O casal estava na cidade colombiana há pelo menos três dias.
Pelas redes sociais, a esposa do promotor postou uma foto na qual anunciou estar grávida. “O melhor presente de casamento é a vida aproximando-se do testemunho mais lindo do amor”, escreveu na legenda.