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Obra do primeiro hospital especializado em animais silvestres do mundo está mais de 50% concluída

Criado em 1987 com o objetivo de recepcionar os animais silvestres apreendidos em operações de combate ao tráfico, atropelados nas rodovias estaduais ou entregues voluntariamente pela população, o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres recebeu no início do mês mais dois hóspedes especiais. Os filhotes de onça-parda têm aproximadamente 3 meses de idade.

Eles não receberam nomes. Isso é uma prática do Cras para que não exista um apego maior aos bichos, já que o objetivo do centro de reabilitação é de devolver os animais à natureza. “É difícil dizer quantos animais já passaram por aqui, mas a grande maioria é devolvida ao seu habitat natural”, explica o responsável técnico, o mestre em Ciência Veterinária Lucas Cazati.

As duas onças se recuperam bem. Uma delas apresenta alguns ferimentos cutâneos, que estão sendo tratados. A outra não tem lesões. Mas ambas já se movimentam sem dificuldade. Elas ganharam peso e começaram a se alimentar de carne, além do leite. Os irmãos agora pesam 1,8 e 2 quilos.

Os filhotes foram resgatados no dia 6 de abril em uma fazenda em Paraíso das Águas, a 50 quilômetros da área urbana. Eles haviam sido abandonados. A PMA (Polícia Militar Ambiental) de Costa Rica, que atendeu a ocorrência, informou que a mãe dos animais foi vista à margem do canavial, mas fugiu por causa do barulho de máquinas, deixando os filhotes para trás.

E esse cuidado dos funcionários do Centro de Reabilitação com os animais vai ser ampliado. Referência no cuidado dos animais selvagens, o Cras em breve vai contar com um ambiente ainda mais propício para o atendimento médico de aves, répteis e mamíferos: o primeiro hospital do mundo especializado em animais silvestres. De acordo com o diretor de Empreendimentos Civis da Agesul, Mozart Gomes dos Santos, a obra de R$ 3,87 milhões está 53% executada. A previsão de entrega é agosto de 2022.

O hospital veterinário está sendo erguido junto ao Cras, no Parque do Prosa, em Campo Grande. Para o veterinário Lucas Cazati, a unidade será um instrumento importante para pesquisas e preservação ambiental. “Com a construção e entrega desse hospital vamos conseguir maximizar os resultados. Trata-se do primeiro e único hospital especializado somente em animais silvestres. Outro semelhante tem somente nos Emirados Árabes, que é para camelídeos. Mas este hospital vai ser o único especializado na nossa fauna. Isso vai gerar inúmeras pesquisas, gerar resultados, vai reverberar em tirar animais da lista de extinção. É um projeto maravilhoso que graças a Deus e ao governador Reinaldo Azambuja está saindo do papel”, afirmou.

“Luta antiga, a nova clínica vai dar uma importante estrutura para o trabalho de recuperação dos animais silvestres. Além de ampliar o espaço, (a obra) ainda dará melhores condições de trabalho para os servidores e possibilitará parcerias. O local poderá funcionar como escola de residência para cursos de veterinária e biologia, entre outros, e formar mão de obra especializada”, destacou o governador Reinaldo Azambuja no lançamento da obra, em julho de 2020.

A nova unidade de saúde terá espaços administrativos, salas de cirurgia, ambientes para quarentena e laboratórios para exames. O hospital veterinário vai modernizar o atendimento aos bichos das mais diversas espécies que vivem no Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica e que forem resgatados com problemas de saúde.

Mesmo ainda sem o novo hospital, o Cras tem sido destaque no suporte à vida selvagem. Os veterinários realizaram procedimentos cirúrgicos inéditos como o implante de bico em uma arara-canindé adulta e a prótese da parte de o bico de um tucano.“Cirurgias plásticas”

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