Após longa negociação e ameaça de greve, professores da REME aceitam reajuste de 67% até 2024
Após dias de negociação e a ameaça de uma greve geral, os professores e a Prefeitura de Campo Grande finalmente entraram em um acordo sobre o reajuste salarial da categoria.
Em assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (11), na sede do Sindicado Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP/MS), a maioria votou em favor da nova proposta enviada pelo prefeito Marquinhos Trad.
A Prefeitura se comprometeu a dar o valor da correção do Piso Municipal para 20h, conforme as leis municipais 5.060/2012 e 5.411/2014, e a lei federal 11.738/2008. Na prática, isso corresponde a um aumento de 67% nos salários de cada educador até o ano de 2024.
O escalonamento deverá ser da seguinte forma: 10,06% retroativo a fevereiro, 10,39% em novembro de 2022; 11,67% em maio/2023; 11,67% em outubro/2023; 11,67% em maio/2024 e 11,67% em outubro/2024.
Na segunda-feira (14), a assessoria jurídica do ACP/MS vai analisar o Projeto de Lei que trata da proposta de reajuste. Em seguida, o texto será encaminhado para a Câmara Municipal de Campo Grande, que vai votar e aprovar para, depois, ser sancionada pelo prefeito.
De acordo com o Sindicato, caso o texto não esteja em conformidade com a proposta aprovada, ficou definida a realização de assembleia geral na terça-feira (15), às 17h30, para deliberar a greve dos professores.
“A categoria do magistério tem dado uma aula de cidadania, de organização, de como deve ser a luta por direitos. Hoje, desde às 7h da manhã os professores estão em luta na ACP. A conquista de um cronograma para integralização do piso municipal é resultado da luta da categoria, desde 2012”, avaliou o presidente da ACP, professor Lucilio Nobre.
“Esperamos que o prefeito cumpra o que foi acordado e a categoria se mantenha mobilizada. Terminamos uma assembleia permanente, o dia todo de luta. Agradecemos a confiança e a força da categoria, da diretoria e dos funcionários. Estamos há 70 anos, construindo conquistas e vitórias”, conclui a vice-presidente da ACP, professora Zélia Aguiar.
Nesta sexta-feira, os professores da REME realizaram uma paralização. Mais de 100 mil alunos não tiveram aulas, salvo por alguma escolas e professores que optaram por trabalharem, não se unindo ao ato de reinvindicação.
Vale destacar que ainda ontem, o prefeito se posicionou contrário a atitude, afirmando ainda que o dia sem trabalho seria descontado da folha de pagamento daqueles que não comparecessem ao trabalho.