Santo do dia

São Toríbio Romo foi proibido de rezar e morreu para salvar o México

Vítima da perseguição anticlerical, ele foi proibido de celebrar missas e de rezar o terço em público. São Toríbio Romo derramou o seu sangue para estabelecer a paz no México. Ele é o santo padroeiro dos pacientes com câncer, das mulheres que querem engravidar e também dos imigrantes.

Toríbio Romo nasceu na cidade de Santa Ana de Guadalupe, no México, numa família humilde. Ainda criança começou a trabalhar para poder comprar comida.

Desde muito novo decidiu que iria seguir a vida religiosa. Porém, os seus pais não aceitaram, pois não queriam perder a mão de obra do filho que tanto ajudava no sustento da casa.

Apesar do conflito familiar, aos 12 anos, Toríbio entrou no Seminário Menor, em San Juan de los Lagos. No entanto, o seminário também não tinha dinheiro para comprar livros para os estudos.

Ele então retornou para a sua casa e a sua irmã Maria, que cuidava de sua vocação, usou o dinheiro que arrecadava trabalhando nos campos para pagar os estudos dele.

Dez anos depois, Toríbio Romo foi ordenado sacerdote. Dedicou-se especialmente para a catequese.

Nas diversas paróquias para onde foi enviado, em primeiro lugar, ele organizava a Ação Católica, ensinava o Catecismo às crianças, mas, acima de tudo, ajudava os pobres e apoiava os trabalhadores.

Em setembro de 1927, o governo mexicano lhe ordenou que se limitasse à sua residência e o desautorizou a rezar o rosário em público ou celebrar a missa.

Em meio a esta perseguição anticlerical, revolta que foi chamada de “Cristeros”, foi designado a ser pároco de Tequila.

São Toríbio Romo foi obrigado a tornar-se um “padre incógnito”, que batizava, pregava e celebrava clandestinamente para escapar à “caça ao padre” que o general Calles havia estabelecido no México.

Ele sempre difundia seu grande amor à Eucaristia, sua forte espiritualidade, e ficava longas horas em oração.

Quando não estava circulando para administrar os sacramentos, para achá-lo era só ir à igreja e encontrá-lo diante do Santíssimo. “Não me deixe um único dia sem a Eucaristia”, era a sua oração diária.

Em dezembro de 1927, seu irmão Roman também foi ordenado sacerdote. O bispo o designou como seu pároco assistente. Com os irmãos, também foi morar a irmã Maria, que os ajudava no ensino do Catecismo.

Os irmãos estabeleceram uma espécie de “quartel general” em uma antiga fábrica de tequila, onde secretamente celebravam a Eucaristia.

Ali, durante a primeira comunhão de um grupo de crianças, São Toríbio Romo encontrou forças para dizer: “Jesus, você aceitaria meu sangue pela paz no México?”.

Tem-se conhecimento de alguns de seus escritos. Um deles revela o seguinte: “Já tive, por dez vezes, que fugir, escondendo-me dos perseguidores. Algumas fugas duraram quinze dias, outras oito… em algumas, tive de ficar sepultado por até quatro longos dias em uma estreita e fedorenta cova; outras me fizeram passar oito dias no alto das montanhas sujeito a toda sorte de intempéries: sol, água e sereno. A tempestade que nos encharcou teve o gosto de ver outra que veio para não nos permitir secar, e assim passamos molhados os dez dias…”

Eram cinco da manhã do sábado, dia 25 de fevereiro de 1928, quando São Toríbio Romo foi despertado por um grupo armado, liderado por um fazendeiro local, que invadiu o quarto em que dormia.

Apontando para padre, disse para os outros homens: “Este é o padre!”. Um soldado atirou nele, o santo levantou-se da cama, deu alguns passos vacilantes até que uma segunda bala o atingiu.

Depois, ele caiu nos braços de sua irmã que, em lágrimas, gritou em voz alta: “Coragem, Padre Toríbio… Cristo misericordioso, receba-o! Viva Cristo, o Cristo Rei!”.

Em uma maca improvisada, o corpo de São Toríbio Romo foi levado para a praça e exposto ao escárnio e às obscenidades de seus assassinos, mas os paroquianos foram capazes de recuperá-lo e dar-lhe uma digna sepultura no dia seguinte, com um funeral que mais parecia a “canonização popular”.

Pouco tempo depois, começaram a acontecer milagres no local: a ele recorriam, especialmente, pacientes com câncer, mulheres que queriam filhos e imigrantes, regulares ou clandestinos, que atravessavam as fronteiras para rezar a ele.

Pessoas famosas também chegavam ao seu túmulo, levados pelo que a mídia mexicana definiu como “toribiomania”.

Os restos mortais do São Toríbio Romo estão depositados na capela construída por ele, em Jalostotitlán. O papa João Paulo II o beatificou no dia 22 de novembro de 1992 e o canonizou em 21 de maio de 2000.

Oração de São Toríbio Romo

Sabe-se que São Toríbio redigiu essa oração que a fazia frequentemente. Ouse rezar como ele:
“Senhor, perdoai-me se sou atrevido, mas lhe rogo que me concedas este favor: não me deixeis nem um único dia de minha vida sem vos abraçar na Comunhão Eucarística. Dai-me muita fome de Ti, uma sede de receber-te que me atormente por todo o dia enquanto não houver bebido dessa água que brota até a vida eterna, da rocha bendita de vosso corpo ferido. Meu bom Jesus, te rogo que me concedas morrer sem Missa nem um só dia”.

São Toríbio Romo González, rogai por nós!

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