Santa Margarida de Cortona foi amante, viveu no luxo, mas se arrependeu e exerceu a caridade
Uma mulher que experimentou o arrependimento, o perdão, penitência e a conversão. Santa Margarida de Cortona superou tentações e foi agraciada por Deus, que a abençoou. É a santa protetora dos órfãos, mães solteiras, prostitutas e dos sem abrigo.
Margarida nasceu no ano de 1247, na cidade de Toscana, na Itália. Vinda de uma família muito pobre e humilde. Perdeu a mãe quando tinha apenas sete anos de idade e foi criada por uma madrasta com quem não tinha muita afinidade.
Ainda adolescente, se envolveu amorosamente com um homem rico, morador da cidade de Montepulciano e que, por sua vez, já era casado.
Como amante, Santa Margarida conseguiu ter uma vida melhor, regada no luxo, na fartura e com dinheiro para não depender de sua madrasta, que a tratava muito mal.
Tomada pelo poder e pela fortuna do seu amante, ela se entregou numa vida mundana e de pecado, cuja única preocupação era de qual seria o seu próximo divertimento. Logo, engravidou e teve um filho de identidade não confirmada.
Mas as coisas mudaram drasticamente quando o sue amante foi assassinado durante uma visita a um dos inúmeros terrenos que possuía.
Margarida foi quem encontrou o cadáver do sujeito, após estranhar a demora dele em chegar até a sua casa.
Na ocasião, ela seguiu uma cachorrinha de estimação que o tinha acompanhado na viagem. Quando ela viu o corpo do homem já em putrefação, teve a iluminação do arrependimento.
Percebeu, ali, a futilidade da vida que vivia e voltou para a casa de seu pai. Seu objetivo era passar o resto de sua vida em penitência.
Com o intuito de mostrar publicamente sua conversão, Santa Margarida foi à missa tendo uma corda amarrada no pescoço. Pediu perdão a todos pelo desrespeito de sua vida passada. Essa atitude, porém, despertou a inveja de sua madrasta.
A mulher tramou e agiu até conseguir que Margarida fosse expulsa da paróquia. A santa sofreu bastante por causa disso.
Chegou a pensar em voltar à sua vida de riqueza e luxuria. Porém, venceu a tentação e, com firmeza, manteve-se na decisão que tinha tomado.
Decidida em ingressar na vida religiosa, Santa Margarida procurou os franciscanos de Cortona e conseguiu ser aceita na Ordem Terceira. Seu filho ficou aos cuidados de outros franciscanos, na cidade de Arezzo.
Porém, para ser aceita definitivamente ela teria que enfrentar três anos de provações. Nessa época, ela infligiu a si mesma as penitências mais severas, com o intuito de vencer as tentações.
Os superiores franciscanos passaram, então, a orientá-la. Isso a impediu de voltar a cometer excessos em suas penitências. Três anos depois, fez votos de pobreza.
Santa Margarida foi agraciada com visões místicas. Recebeu a visita do anjo da guarda e até mesmo aparições de Jesus Cristo. Aliás, com Jesus ela conversava frequentemente nos momentos de orações contemplativas.
Entregou-se à oração e à caridade e conseguiu apoio para criação, em 1278, da Confraria de Santa Maria da Misericórdia, que atendia apenas mulheres religiosas e leigas. No local, as membras desta confraria assistiam e cuidavam dos doentes, pobres e das pessoas sem abrigo.
Santa Margarida morreu no dia 22 de fevereiro de 1297, aos 50 anos de idade, em Cortona,
O Papa Leão X permitiu que a cidade de Cortona a recordasse com memória litúrgica no dia da sua morte. Em 1623, o Papa Urbano VII estendeu essa autorização a toda a Ordem Franciscana.
A canonização de Santa Margarida de Cortona foi celebrada pelo Papa Bento XIII no ano 1728. Sua veneração litúrgica ficou instituída para o dia de sua morte.
Oração a Santa Margarida de Cortona
“Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de Santa Margarida de Cortona, a quem destes perseverar na imitação de Cristo pobre e humilde, seguir a nossa vocação com fidelidade e chegar àquela perfeição que nos propusestes em vosso Filho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”