MC G15, do hit ‘Deu Onda’, quebra vidro de carro para resgatar gato abandonado

O que você faria se visse um animal de estimação preso dentro de um carro, com as portas e os vidros fechados, aparentemente sem receber ventilação?

É uma cena que tem se repetido muito nos últimos anos, aliás, provavelmente você já viu nas redes sociais ou no noticiário algo parecido a isso.

Em alguns dos casos, até mesmo crianças são flagradas presas nos veículos, expostas ao calor e a falta de ar, correndo riscos até mesmo de morrer sufocada.

Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, o cantor de funk melódico Gabriel Paixão Soares, popularmente chamado de MC G15 e conhecido pelo megahit ‘Deu Onda’, protagonizou o salvamento de um gatinho.

O artista estava saindo do Hotel Ibis, onde esteve hospedado, quando se deparou com o bichano dentro de um carro em um estacionamento particular.

G15 usou o seu telefone celular para fazer o registro da situação e depois compartilhou tudo com os seus fãs e seguidores.

De acordo com o relato dele, o gato ficou mais de 24 horas trancado dentro do veículo no estacionamento de um hotel.

No vídeo, o cantor mostrou que no carro havia um pote de ração, mas não encontrou água. Havia ainda uma caixa de areia, mas as fezes do bicho estavam no banco do motorista.

Também é possível ver que o animal realmente estava trancado no veículo, já que não havia qualquer tipo de abertura para que pudesse entrar e sair.

“Estamos saindo aqui do hotel, tem um gato preso o dia todo dentro de um carro, sem oxigênio, ridículo”, comentou o artista.

O cantor garantiu que tentou conversar com o recepcionista do hotel onde estava hospedado, mas foi ignorado.

MC G15 disse ainda ter acionado o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar para tentar resolver a situação. Os policiais chegaram a ir ao local, mas, segundo ele, tiveram de ir para outra ocorrência sem salvar o gato.

Diante da situação e do descaso, o próprio funkeiro tomou uma atitude e quebrou o vidro de uma das portas do veículo e fez a retirada do bichinho.

Vídeo: dono do hit 'Deu Onda', MC G15 quebra vidro de carro para resgatar gato abandonado em MS pic.twitter.com/vhHxJrXtq1

— Um Leve Sorriso (@umlevesorriso) January 31, 2022

Segundo ele, o funcionário do hotel só tomou alguma providência depois que ele quebrou o vidro do carro.

G15 disse que o entregou o gato para uma hóspede que estava comovida com a situação. Ainda no seu vídeo, o funkeiro fez questão de reforçar que não é vândalo e que só quebrou o o vidro para poder salvar o bichano.

“O tempo todo tentamos falar com a recepção e ele [recepcionista] não deu atenção. Não quis chamar a polícia, não quis fazer nada”, lamentou Gabriel Paixão.

Uma das grandes revelações do funk, MC G15 esteve em Campo Grande no último final de semana para se apresentar em um evento fechado.

Ele tocou na formatura de estudantes de Medicina, conforme também publicou em seu Instagram.

O que diz a lei?

Mesmo que haja alguma janela um pouco aberta não é o bastante para evitar o superaquecimento do corpo, pois não há ventilação suficiente. Como consequência, o animal pode apresentar vômitos, salivação excessiva, respiração ofegante, convulsões, desmaios e, em casos mais graves, levar à morte.

Dependendo das condições climáticas, os sintomas acima descritos poderão surgir em poucos minutos. Ao atingir a temperatura corporal de 41ºC (que, em condições normais, varia de 38º a 39ºC) a hipertermia causa a falência de órgãos.

Ainda mais preocupante é que alguns motoristas andam com os animais no porta-malas, local em que, geralmente, a ventilação é muito deficiente.

Além disso, ao ficar no porta-malas o animal não é visto pelas pessoas que porventura poderiam salvá-lo. Sua presença é percebida apenas se tiver a sorte de ser ouvido por alguém.

Não importa o motivo que levou o tutor a deixar o animal no carro (rápidas compras, almoço, esquecimento ou muitos outros). É negligência. E, pelo acima exposto, fica evidente que deixar um animal trancado em um veículo caracteriza crime de maus-tratos, previsto no art. 32 da Lei 9.605/98 (BRASIL, 1998).