São Constâncio converteu até mesmo os soldados que o castigavam na prisão
Um padre que foi condenado por exercer a sua fé e defender a devoção e o amor que tinha por Jesus Cristo. São Constâncio resistiu às torturas e também às persistentes tentativas dos romanos em convertê-lo à religião local. É o santo padroeiro da cidade de Perúgia, na Itália.
Não há muitas informações sobre a vida e a obra de São Constâncio, que também era chamado de Costantius, Constance ou Costanzo na língua italiana. Ele nasceu na metade do século II, no interior do Império Romano.
O pouco do conteúdo disponível aponta que foi um cristão praticante, sendo muito notável pelo espírito de mortificação e generosidade para com os mais humildes e necessitados de sua cidade.
Tornou-se diácono e, aos 30 anos, foi elevado ao cargo de bispo da cidade de Perúgia, cuja paróquia havia acabado de ser fundada.
Frente à igreja, ele cumpriu todas as suas obrigações episcopais como um pastor zeloso para seu povo, fortalecendo a sua vocação de gentil e piedoso, sempre recolhendo, abrigando e alimentando todos aqueles que mais precisavam de apoio.
São Constâncio administrou a igreja de Perúgia em um momento muito difícil para os cristãos. Os séculos I e II ficaram marcados na história pela perseguição, prisão, condenação e assassinato de todos àqueles que escolhiam seguir aos ensinamentos o mestre Jesus Cristo.
Um excelente pregador, São Constâncio conseguiu ampliar o seu público de fieis na igreja, realizando conversões e batizando os pagãos. Isso despertou a atenção do Império Romano, mais precisamente do imperador Marco Aurélio e de seu pai adotivo, o imperador Antoninus.
O bispo foi considerado inimigo de Roma e teve a prisão decretada. Perseguido pelo exército, foi capturado e obrigado a fazer uma adoração aos ídolos romanos e deixar a fé em Jesus Cristo de lado.
Como era crente e firme em sua posição, se negou aceitar a religião dos romanos e acabou sendo condenado à prisão pela primeira vez.
O bispo acabou sofrendo os castigos impostos pela lei romana, sendo açoitado por diversas vezes e até mesmo obrigado a ficar em termas aquecidas com temperaturas altíssimas e insuportáveis.
Porém, o bispo sempre saia ileso das punições. Os soldados que acompanhavam e realizavam os castigos no preso não acreditavam no que viam, ficando assustados e, ao mesmo tempo, temerosos e crentes.
São Constâncio, explicou que Jesus Cristo o mantinha firme e usou o dom da pregação em seu benefício, convertendo os soldados ao cristianismo e conseguindo escapar com a ajuda dos novos fieis.
Livre e sabendo que a perseguição seria intensificada, São Constâncio procurou abrigo junto de um dos seus apoiadores, chamado Anastácio.
E como era previsto, logo o exército romano o encontrou e o santo novamente acabou sendo preso e condenado, juntamente de Anastácio.
O imperador Marco Aurélio ofereceu a liberdade em troca de eles se curvarem frente às estátuas dos deuses romanos, mas ambos negaram o ato enaltecendo a fé em Cristo, o salvador.
Na nova acusação de blasfemar contra Roma, os dois cristãos sofreram os mais cruéis dos castigos e torturas, como ter de caminhar sobre o carvão em brasa.
Apesar disso, nenhum dos dois teve algum tipo de lesão e se mantiveram em orações e pregações dentro da prisão, tanto para os demais detentos quanto para os soldados.
Após algum tempo retidos, mas sem marcas na pele pelos castigos impostos, São Constâncio e São Anastácio foram soltos.
De volta para a igreja, retomaram o trabalho de evangelização, contrariando as ordens do imperador.
Foram presos novamente e, dessa vez, como Marco Aurélio sabia que eles não sofreriam com as torturas e castigos, determinou a morte rápida.
São Constâncio e São Anastácio foram decapitados no ano de 178 em algum lugar na cidade de Foligno.
A primeira catedral da cidade de Perúgia foi construída no lugar da sepultura de São Constâncio, mas acabou sendo demolida em 1527.
As relíquias foram transferidas em 1825, com grande solenidade, para um novo altar na atual igreja de San Costanzo, em Perúgia.