Santo do dia

São Tomás de Aquino respondeu para todos sobre os Mistérios de Deus

Um dos mais importantes pensadores da Igreja Católica, São Tomás de Aquino deixou um legado de ideias, publicações e ensinamentos que ajudaram a transformar a religião. É reconhecido por ser o professor modelo do sacerdócio por ter atingido a expressão máxima tanto da razão natural quanto da teologia especulativa. Ele é o padroeiro dos estudantes, acadêmicos, educadores, teólogos, editores, universidades e também protege contra tempestades e raios.

Tomás nasceu no ano de 1225 na cidade de Roccasecca, na região de Aquino, que então pertencia ao Reino da Sicília (atualmente região do Lácio, na Itália).

Filho de Landulfo de Aquino e Teodora de Rossi, ele nasceu no castelo do Monte San Giovanni Campano, porém, não pertencia ao clã mais poderoso da família, sendo considerado um simples cavaleiro.

Seus pais pretendiam que Tomás seguisse o exemplo do irmão de Landulfo, Sinibaldo, que era abade do mosteiro beneditino de Monte Cassino, e o matricularam no mosteiro.

Porém, durante uma guerra no ano de 1239, foi transferido para uma universidade em Nápoles, na Itália. A mudança foi determinante para os estudos do futuro santo, que passou a receber lições de Aristóteles, Averróis e Maimônides.

Nesse período, conheceu João de São Juliano, um pregador dominicano da Ordem dos Pregadores, que o convidou para se juntar ao grupo.

Tomás tinha 19 anos quando abandonou a família para ingressar à Ordem. A decisão não agradou a mãe dele que, com a ajuda dos outros filhos, o capturaram durante uma viagem para Roma e o levaram de volta ao castelo real.

Com o aval dos pais, Tomás ficou preso durante um ano e foi forçado a mudar de ideia sobre a Ordem dos Pregadores. Mas ele persistiu e ensinou suas irmãs a escreverem, enviando através delas cartas aos irmãos dominicanos.

Seus irmãos, não satisfeitos, queriam que Tomás desistisse de permanecer no celibatário e chegaram ao ponto de enviar para ele uma prostituta. No entanto, o jovem expulsou a mulher usando um ferro em brasa. Mais tarde, durante um sonho, dois anjos do Senhor apareceram reforçar a sua fé e o seu comprometimento.

Em 1244, percebendo que todas suas tentativas de dissuadir Tomás fracassaram, Teodora tentou salvar a dignidade da família e arranjou para que o filho escapasse durante uma noite pela janela.

A mãe acreditava que uma fuga secreta da prisão era menos prejudicial que uma rendição aberta aos dominicanos.

Tomás seguiu para Nápoles e, depois, para Roma, onde se encontrou com João de Wildeshausen, o mestre-geral da Ordem dos Pregadores.

Já alojado na Ordem, Tomás de Aquino foi enviado para estudar na faculdade das artes da Universidade de Paris, onde ficou amigo do estudioso dominicano Alberto Magno.

No ano de 1248, Alberto Magno foi enviado por seus superiores para ensinar na nova universidade de Colônia (Hoje na Alemanha). Tomás, que havia recusado uma oferta do papa Inocêncio IV de nomeá-lo abade de Monte Cassino, acompanhou o amigo e se tornou professor universitário.

Além de dar aulas sobre os livros do Antigo Testamento, São Tomás de Aquino também publicou comentários sobre os livros de Isaías, Jeremias, as Lamentações e sobre as Sentenças.

Além destas obras de seu mestrado, Tomás escreveu ainda “Sobre o Ser e a Essência” para seus companheiros dominicanos de Paris.

No ano de 1256, Tomás foi nomeado regente principal em teologia em Paris e uma de suas primeiras obras depois de assumir o cargo foi “Contra Aqueles que Ameaçam a Devoção a Deus e a Religião”, no qual defendeu as ordens mendicantes que estavam na época sob ataque por Guilherme de Saint-Amour.

Durante seu mandato, que foi de 1256 até 1259, Tomás escreveu diversas obras e comentários e, quando terminou a sua regência, estava trabalhando numa de suas obras-primas, a “Suma contra os Gentios”.

Ao concluir o mandato, retornou para Nápoles e foi nomeado pregador geral pelo capítulo provincial da Ordem dos Pregadores, em 29 de setembro de 1260.

No ano seguinte, foi enviado a Orvietto como leitor conventual responsável pela formação dos frades que não podiam frequentar uma universidade. Foi neste momento que ele completou a “Suma contra os Gentios” e também escreveu obras para o papa Urbano IV, como a liturgia para a recém-criada festa de Corpus Christi.

Depois disso, São Tomás de Aquino foi convocado pelo papa Clemente IV para ser o teólogo papal e também foi ordenado para ensinar na universidade do Convento de Santa Sabina, onde ensinou uma ampla de temas filosóficos, morais e naturais.

No período em que esteve no convento, ele começou a escrever sua obra mais famosa, a “Suma Teológica”, onde buscou apresentar tudo sobre a religião cristã de uma forma pertinente à instrução de iniciantes.

Além da escrita, São Tomás de Aquino conduziu uma série de importantes debates sobre o poder de Deus. Ele permaneceu em Santa Sabina de 1265 até 1268, quando retornou para Paris para novamente ser o regente principal.

O regresso dele para Paris foi uma forma encontrada pela Ordem para tentar acabar com a crescente ascensão do “averroísmo”, conhecido também como “aristotelismo radical”.  Através de livros e debates, ele criticou e definiu o averroísmo como sendo incompatível com a doutrina cristã.

Em 1272, Tomás pediu licença da Universidade de Paris e fundou uma universidade em Nápoles. Nesse período, escreveu a terceira parte da “Suma” enquanto dava aulas sobre vários tópicos religiosos.

No dia 6 de dezembro de 1273, Tomás de Aquino foi visto por um sacristão levitando, aos prantos em oração, diante de um ícone de Cristo crucificado na Capela de São Nicolau do convento dominicano de Nápoles.

Conforme a biografia, Jesus Cristo teria perguntou ao São Tomás de Aquino qual a recompensa que gostaria de receber pelo trabalho de escritas dedicados ao Senhor. O santo, então respondeu: “Nada além de ti, Senhor”.

A vida dele mudou drasticamente desde esse episódio. Ele jamais falou ou escreveu sobre o ocorrido e abandonou a rotina e parou de ditar para seu secretário, Reginaldo de Piperno.

Certa vez, o secretário lhe implorou para que voltasse ao trabalho, mas Tomás lhe disse: “Reginaldo, não posso, pois tudo o que escrevi não passa de uma palha para mim”.

Naquela época, por conta da Grande Cisma, a Igreja já estava divida em duas partes, sendo a Igreja Latina (posteriormente conhecida como Igreja Católica Romana) e os quatro patriarcados do oriente (a Igreja Ortodoxa).

Numa tentativa de reunir as duas partes, o papa Gregório X convocou o Segundo Concílio de Lyon, em 1º de maio de 1274, e ordenou que Tomás comparecesse para apresentar sua obra “Contra os Erros dos Gregos”.

A caminho do concílio, montado num burro enquanto viajava pela Via Ápia, ele bateu a cabeça num galho de uma árvore tombada, ficou seriamente ferido e foi levado às pressas para Monte Cassino para se recuperar.

Depois de descansar por um tempo, tentou novamente seguir viagem, mas teve que parar, doente novamente, na abadia cisterciense de Fossanova. Os monges tentaram ajudá-lo por diversos dias, mas ele não resistiu.

São Tomás de Aquino morreu em 7 de março de 1274, enquanto ditava seus comentários sobre o Cântico dos Cânticos.

Cinquenta anos depois de sua morte, em 18 de julho de 1323, João XII, papa em Avinhão, declarou Tomás de Aquino santo.

Seus restos mortais estão abrigados na Igreja dos Jacobinos em Toulouse desde 28 de junho de 1369. Entre 1789, data da Revolução Francesa, e 1974, eles estiveram na Basilique de Saint-Sernin. Nestes anos, foram devolvidos à Igreja dos Jacobinos onde estão até hoje.

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