Santo do dia

São Vicente de Saragoça foi torturado até a morte por não abandonar a Deus

Em um período de perseguição, onde a fé cristã era proibida pelos imperadores, louvar a Deus era um ato de extremo perigo e que poderia terminar na morte daqueles que professavam a devoção. São Vicente de Saragoça foi uma dessa vítimas, recusou negar o amor por Jesus Cristo e acabou penalizado por defender a sua crença. É o santo padroeiro dos vinhateiros, fabricantes de vinagres e afins.

Vicente nasceu em meados do século III (anos 200), na cidade de Huesca, no antigo território romano chamado Hispânia Tarraconense. Sua família era distinta, ou seja, seguia religiões diversificadas, mas era muito popular na região e considerada de classe nobre.

Os pais entregaram Vicente ainda criança para o bispo de Saragoça, chamado de Valério (Valerius na língua oficial), que foi o principal responsável por dar ao futuro santo a educação e formação cristã.

Ele tinha o dom da piedade e da compaixão e se aprofundou na ciência da religião e também nas letras humanas.

Ao atingir a maior idade, foi consagrado diácono pelo santo Prelado. Suas celebrações eucarísticas eram sempre muito lotadas de fiéis que encontravam em suas palavras o fortalecimento da fé.

O período de vida de São Vicente foi marcado pela perseguição do imperador Diocleciano aos cristãos. Por conta disso, ele acabou sofrendo com as intimidações e ordens imperiais para que encerrasse as missas.

O imperador, no ano de 303, determinou o fim do cristianismo em Roma e condenou a morte todos os que não aceitassem a religião romana e a devoção aos deuses.

São Vicente de Saragoça negou cumprir a ordem do imperador e permaneceu crente em sua fé cristã.

Logo, o exército de Roma o capturou e prendeu. O governador local, Daciano, determinou que ele negasse Jesus Cristo e se curvasse aos deuses romanos para poder deixar a cadeia e ganhar a liberdade novamente.

Porém, São Vicente mais uma vez negou cumprir a ordem que lhe era imposta. Permaneceu firme em sua devoção e enquanto aguardava pela punição realizava pregações e conversões dos demais presos.

Porém, São Vicente de Saragoça sofreu em seu martírio. Ao contrário dos demais inimigos do império, o padre foi duramente castigado com torturas e humilhações, dia após dia, incansavelmente.

O governador Daciano buscava, desta forma, convencer Vicente de que aceitar as condições eram a sua melhor alternativa de liberdade e que, fazendo isso, não iria morrer como os demais cristãos.

Além disso, com a eventual renuncia de sua devoção, o Império Romano usaria a imagem dele como exemplo para os demais devotos para que aceitassem a religião local e cultuasse todos os seus deuses.

Porém, o que aconteceu foi exatamente o oposto. São Vicente de Saragoça permaneceu o tempo todo fiel a Deus, se sustentando através da oração.

O governador Daciano determinou os mais severos dos castigos ao santo, no último desses teve o corpo esticado na prateleira e a sua carne rasgada com ganchos de ferro. Em seguida, suas feridas foram esfregadas com sal e, por fim, foi queimado vivo em uma grade incandescente.

Apesar disto tudo, Vicente de Saragoça ainda estava vivo no fim do dia e os soldados jogaram o corpo dele em uma prisão coberta por pisos de cerâmica estilhaçados.

Outros presos cristãos que testemunharam o desfecho ainda tentaram cuidar de suas feridas, mas eram impedidos pelos soldados.

Vicente faleceu naquele local, pouco tempo depois no ano de 304, sabendo que havia cumprido com a sua palavra, sendo fiel até a morte.

Após a morte do santo, corvos protegeram o corpo de ser devorado por abutres até que seus seguidores pudessem recuperar e enterrar no local onde hoje é chamado de Cabo de São Vicente.

Um santuário foi erguido sobre seu túmulo, que continuou a ser guardado por bandos de corvos.

Na época do domínio muçulmano na Península Ibérica, o geógrafo árabe Al-Idrisi observou essa guarda constante por corvos, que deu ao lugar o nome de Igreja do Corvo.

O rei Afonso I, de Portugal, mandou exumar o corpo do santo em 1173 e trouxe-o de barco para a Sé Catedral de Lisboa. Esta transferência das relíquias está representada no brasão de Lisboa, capital do país.

A ilha cabo-verdiana de São Vicente, ex-colônia portuguesa, foi batizada em sua homenagem por ter sido descoberta em 22 de janeiro, festa de São Vicente, em 1462.

A ilha de São Vicente no Caribe, agora parte de São Vicente e Granadinas, foi batizada por Cristóvão Colombo em homenagem a Vicente de Zaragoza, pois a ilha foi descoberta pelos europeus em 22 de janeiro.

Oração em honra de São Vicente, mártir

Ó Deus, eterno e Todo-Poderoso, de quem procede toda a sabedoria e fortaleza, dai-nos, como destes a São Vicente, mártir, a confiança em vossa palavra, a coragem nas dificuldades, a serenidade e a firmeza no sofrimento. Peço-vos pela intercessão de São Vicente, mártir, vosso servo fiel, a graça de (faça o seu pedido) e a fidelidade ao vosso amor até a eternidade.
Amém!

Deixe um comentário