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Jovem atriz adotada descobre que, na verdade, é uma princesa africana

Imagina você descobrir que toda a história sobre a sua origem familiar é uma mentira e que na verdade você é adotado e os seus pais biológicos são reis de um país.

Parece um conto de fadas, não é mesmo! E acreditem isso aconteceu de verdade.

A atriz Sarah Culberson sempre soube que havia sido adotada ainda quando criança pelos seus pais, no entanto, nunca parou para pensar sobre quem seriam os seus pais biológicos.

Ela nasceu em Morgantown, West Virginia (EUA), sendo filha de um homem africano e a mãe uma mulher branca.

Quando criança, ela foi colocada em um orfanato e acabou sendo adotada por uma família branca americana.

Sarah Culberson era uma das poucas pessoas de cor em sua cidade natal, o que chamou a sua atenção sempre.

Apesar disto, ela garante que teve uma infância muito boa, com amigos maravilhosos.

Ao contar a sua história para a FOX News, a atriz frisou que sabia muito bem que parecia diferente de todos os outros, incluindo da sua família.

Sarah Culberson estava constantemente tentando se encaixar naquele mundo branco ao seu redor e tinha todas as perguntas formadas na sua cabeça, sobre quem ela realmente era, como foi parar ali e quem seriam os seus pais de verdade.

Ela passou a perseguir sua paixão pelo teatro e ganhou uma bolsa de estudos de atuação para a West Virginia University.

Mas o desejo de aprender sobre seus pais biológicos nunca a deixou. Quando tinha 21 anos de idade, em 1998, Sarah Culberson começou a procurar a família biológica de sua mãe.

Apesar de ter uma educação maravilhosa, Sarah Culberson estava curiosa sobre seus pais biológicos.
Apesar de ter uma educação maravilhosa, Sarah Culberson estava curiosa sobre seus pais biológicos. (Sarah Culberson)

Ficou sabendo que a mãe faleceu quando ela tinha apenas 11 anos de idade, em decorrência de um câncer. Na sua mente, tentava imaginar como seria a sua mãe biológica, se elas eram parecidas fisicamente.

Os pais adotivos sempre ajudaram Sarah Culberson nas suas pesquisas, mas não tinham muita informação sobre o que aconteceu depois da adoção.

A única coisa confirmada era que a sua mãe era uma mulher branca, de cidadania americana e que teria nascido e crescido na cidade de Virgínia.

Quanto ao pai, Sarah Culberson presumiu que este havia fugido da paternidade e não queria nada com ela e decidiu parar suas pesquisas sobre a família biológica.

Anos mais tarde, a atriz se mudou para Los Angeles onde passou a atuar em filmes, programas de televisão e comerciais.

Mas após participar de uma aula de crescimento pessoal, em 2004, Sarah Culberson voltou a aceitar a ideia de tentar saber o que aconteceu com o seu pai. Ela também estava determinada a superar a dor de possivelmente ser rejeitada por seu pai.

O pensamento dela também mudou e passou a acreditar na possibilidade de preconceito sofrido pelo seu pai pelo fato dele ser negro e ter se envolvido com uma mulher branca.

Desta forma, Sarah Culberson retomou suas buscas pelo pai, embora ainda tivesse certo receio dele não querer conhece-la após todos esses anos de afastamento.

Com a ajuda de um amigo e 25 dólares, a atriz contratou um investigador particular e que dentro de três horas depois deu a ela um endereço na cidade de Maryland que era pertencente aos seus tios.

Sarah Culberson enviou uma carta manuscrita, sem saber se ela receberia uma resposta. Eles não apenas ligaram para ela, mas seus parentes recém-descobertos deram uma notícia que mudou para sempre a sua vida.

O pai dela foi identificado como sendo Joseph Konia Kposowa, estava vivo e morava em Bumpe, uma vila de cerca de 2.000 pessoas na Serra Leoa, na África Ocidental.

Outra informação repassada pelos familiares foi de que Sarah Culberson também era uma Mahaloi , neta de um Chefe Supremo, o que fazia dela uma princesa.

Imediatamente o pai Joseph Konia Kposowa ficou sabendo que a sua filha havia ressurgido e viajou até a cidade de Bo, lugar mais próximo da vila com sinal de celular disponível e tomada de energia elétrica compartilhada para poder telefonar para a filha.

Sarah Culberson mudou-se de West Virginia para Los Angeles com o sonho de se tornar atriz e dançarina.  No entanto, ela ainda permaneceu curiosa sobre sua identidade.
Foto de Carlos Chavez/Los Angeles Times via Getty Images

Duas semanas depois, Sarah Culberson falou pela primeira vez com o seu pai biológico. A primeira coisa que Joseph Konia Kposowa disse para a filha foi um pedido de perdão.

O pai também explicou como tudo acontecer. Disse que naquela época era um estudante universitário quando conheceu a mãe biológica de Culberson em West Virginia.

Depois que Sarah nasceu o casal concordou que eram muito jovens e pobres para dar ao bebê a melhor vida possível e por isso optaram pela adoção. Ao ser entregue ao orfanato, o bebê teve o nome trocado e o pai perdeu o contato.

No ano de 2004, Sarah finalmente viajou para Serra Leoa, onde foi recebida por Kposowa e uma grande festa em sua recepção.

Seu pai deu um vestido verde de presente e ele usava uma camisa combinando. Todas as mulheres que se apresentaram estavam usando o mesmo vestido verde.

Apesar da festa, a atriz encontrou um país totalmente pobre e devastado por guerras civis. Muitas das pessoas estavam sem braços e pernas. Os bairros foram reduzidos a escombros e pouca estrutura de concreto ainda estava de pé.

O pai biológico de Sarah Culberson, Joseph Konia Kposowa.
O pai biológico de Sarah Culberson, Joseph Konia Kposowa. (Sarah Culberson)

Comovida com a situação, Sarah Culberson fundou a Sierra Leone Rising, uma organização sem fins lucrativos que reconstruiu a Bumpe High School. A fundação faria parceria com o Rotary International para cavar poços com água potável, que agora atendem 12.000 pessoas. 

A fundação lançou recentemente a “Máscara na África”, uma campanha destinada a educar e incentivar as pessoas em todo o continente a usar coberturas faciais em meio à pandemia de coronavírus.

As metas da fundação incluem a criação de laboratórios de informática para os alunos, contratação de mais professores e fornecimento de material sanitário, entre outros.

Na entrevista para a FOX News, Sarah Culberson comentou que o seu título de princesa significa responsabilidade e uma dessas é garantir que seu povo esteja bem, por isso continua tocando a ONG e proporcionando melhoria para todos naquele país.

Sarah Culberson compartilhou a sua história em um livro de memórias publicado no ano de 2010, intitulado “A Princess Found”.

Hoje, ela viaja ao redor do mundo falando sobre a importância da diversidade e inclusão para criar uma comunidade próspera.

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