São Félix de Nola, sacerdote perseguido por Roma e confessor da fé
Um religioso que foi duramente perseguido, apesar disto, jamais abandonou a sua fé. São Félix de Nola chegou a ser preso, mas conseguiu escapar graças ao auxílio de anjos enviados por Deus. Tinha muita proximidade com os animais e é considerado o santo padroeiro dos pets domésticos, do campo e também dos silvestres.
Não há muitos registros sobre a sua história de vida, mas a biografia escrita por São Paulino de Nola narra que ele nasceu por volta do início do século III (anos 200) na cidade romana de Nola (atualmente, é uma província de Nápoles, na Itália).
Félix era filho de um militar sírio chamado Hérmias, a família tinha boas condições financeiras. Ainda jovem, ele se converteu ao cristianismo e repartiu todos os seus bens com os pobres para dar início a vida religiosa.
Entrou para o sacerdócio e, como padre, pregou para muitos pagãos, realizando batizados e conversões.
Seu trabalho em benefício dos mais necessitados e em prol da igreja provocou a ira do imperador de Roma, Décio, que determinou a sua prisão.
Perseguido pelo exército romano, São Félix de Nola acabou capturado e detido. Nas mãos dos soldados, foi covardemente torturado e humilhado. Apesar disto, jamais deixou de realizar suas orações e demonstrar a sua fé.
Certa vez, os soldados foram surpreendidos pela notícia de que Félix havia escapado da prisão de forma inexplicável. Deus teria enviado anjos para tirá-lo de sua cela em uma ação semelhante ao que aconteceu com o apóstolo Pedro.
Sua fuga deixou os soldados ainda mais tensos e o risco de sua morte era eminente. Sem ter outra alternativa, Félix se viu obrigado a se esconder nas cordilheiras dos Apeninos, região montanhosa da Itália central.
Ele foi acolhido por uma comunidade religiosa liderada pelo bispo São Máximo, importante líder da igreja naquela época e que o havia ordenado padre anos antes. O bispo já estava com sérios problemas de saúde e também era perseguido pelo imperador Décio.
Os soldados apareciam constantemente na comunidade atrás dos religiosos, mas eram sempre surpreendidos por armadilhas feitas por animais silvestres.
A biografia de São Félix de Nola cita que um grupo de aranhas teria tecido uma grande e forte teia para impedir o avanço do exército e evitar uma nova captura do sacerdote.
Com a morte do imperador Décio, os líderes religiosos puderam deixar a comunidade e retornar para Nola. Na ocasião, Félix foi proclamado bispo para substituir São Máximo, morto por conta da doença, porém, recusou o posto dizendo não ser digno o suficiente.
Ele deixou sua igreja e aposentou-se como sacerdote, passando a ser um humilde camponês, realizando todas as atividades do campo. A produção de sua fazenda servia para alimentar aos pobres e o dinheiro da venda também era dividido com os mais necessitados.
Mas os dias de paz duraram muito poucos. No ano de 253, o novo imperador Valeriano retomou a perseguição contra Félix, que novamente precisou se esconder em diversos lugares para evitar a prisão.
Há duas versões sobre a sua morte. A primeira sustenta que Félix de Nola teria sido morto pelos soldados romanos. Já a segunda versão acredita que o santo teria conseguido sobreviver secretamente até o ano de 260, quando faleceu por problemas de saúde e da idade avançada.
A sepultura de São Félix de Nola foi muito venerada naquela época pelos seus seguidores, inclusive, era ponto de peregrinações. Suas relíquias estão em Roma e na cidade de Benevento.
A biografia dele foi escrita cerca de 100 anos após a morte por São Paulino de Nola, que também defendeu a sua canonização pela Igreja.
São Félix de Nola é considerado o padroeiro das enfermidades dos olhos, do perjúrio e protetor dos animais domésticos e do campo.