Santo Aldo, um monge ermitão silencioso e humilde
Um ermitão dedicado à oração, levando uma vida simples e penosa. Pregou pela região da Europa do Norte, mais precisamente nas terras de onde está a Irlanda. Um santo silencioso, humilde e que é considerado o padroeiro dos trabalhadores.
Não há muitos registros sobre a sua vida, local ou a data de nascimento e nem mesmo sobre a sua linhagem familiar. A única certeza é de que ele viveu no século VIII.
Na verdade, a figura de São Aldo por muito pouco não desapareceu da memória cristã, tanto é que o site do Vaticano não o menciona no calendário oficial dos santos e mártires.
A devoção e o reconhecimento só aconteceram por conta da recuperação de sua biografia pelos jesuítas belgas, que catalogaram os santos do norte da Europa no ano de 1600 e incluíram Santo Aldo entre eles.
O nome Aldo significa ‘ancião’ ou ‘homem maduro’. Sabe-se apenas que ele viveu sempre solitário porque era um ermitão de escolha própria.
Acredita-se que tenha sido convertido por São Columbano, responsável pela evangelização da região de onde hoje é a Irlanda, então considerada como a ‘Terra dos Bárbaros e Pagãos’.
No século VIII, as invasões bárbaras dividiram o reino da Itália em vários outros territórios independentes e, ao mesmo tempo, a igreja perdia o seu espaço para outras religiões, como o Islã.
Batizado, Santo Aldo foi discípulo de Columbano e logo tornou-se monge em um mosteiro de Bóbbio, na região da Itália, que havia sido fundado pelo próprio São Columbano no ano de 614.
De acordo com os registros históricos, os monges irlandeses de São Columbano não tinham vida eremítica no verdadeiro sentido da palavra. Cada um construía uma cabana para si, de madeira ou de pedra, onde se retirava nas horas dedicadas à oração. Uma característica dos monges colombanos era a batina de lã branca com o sol amarelo no peito.
Suas rotinas começavam cedo, quando saiam com os seus instrumentos de trabalho para as ocupações diárias onde ganhavam o próprio sustento com o suor do rosto. Santo Aldo teria trabalhado durante muitos anos em uma carvoaria.
Quando não estavam trabalhando, os monges se ausentavam para dar mais espaço à oração e povoar a solidão exterior com a agradável presença de Deus. Não se evadiam da comunidade, mas contribuíam para sua edificação com o exemplo de vida santa e caridade ativa.
Os poucos registros descrevem Santo Aldo como sendo um simples carvoeiro de profissão, um monge de mãos calejadas e com o seu rosto enegrecido pela fuligem das carvoarias.
Seu nome e suas atitudes são sinais de sabedoria, virtude que alcançou pelos caminhos do silêncio e da solidão, da quietude interior e exterior, da contemplação e da oração.
Acredita-se também que tenha praticado a caridade, ajudando os pobres e convertendo os pagãos. Não há relatos de milagres através de sua intercessão.
A causa de sua morte é desconhecida, mas se supõe que tenha ocorrido por conta da idade avançada.
Os restos mortais foram sepultados, primeiro, na capela de São Columbano, e depois transferidos para a basílica de São Miguel, em Pavia (Itália), onde está até então.
Santo Aldo é considerado um feliz exemplo do espírito beneditino. Um santo silencioso, mas que fala diretamente às almas sem precisar de palavras, com o exemplo de sua vida retirada do mundo e inserida em Deus.