Capital

Blitz educativa levou orientações para travestis e transexuais que atuam como profissionais do sexo

Em uma ação de prestar atendimento com informações sobre direitos, procedimentos para a própria segurança e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, a Subsecretaria de Defesa de Direitos Humanos de Campo Grande (SDHU) por meio da Coordenadoria de Políticas Públicas LGBT realizou na noite dessa terça-feira (26) uma blitz educativa para travestis e transexuais que atuam como profissionais do sexo na Capital.

Com o apoio da Polícia Militar (6° Companhia da Região das Moreninhas e 1°batalhão da PM da Região Central), a blitz passou pela Vila Carvalho, Vila Progresso e Jardim Guaicurus, com início às 22h até meia noite. “Nossa intenção, além de trazer preservativos e falar sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), também é informar sobre os atendimentos que prestamos como direitos humanos, combate a transfobia e ações realizadas pela SDHU”, diz Cris Stefanny Vanceslau, coordenadora de Políticas Públicas LGBT de Campo Grande.

Cris ainda afirma que a colaboração da Polícia Militar durante as abordagens é de extrema importância para tentar amenizar a cultura de afastamento com as profissionais. “Nós abordamos as profissionais com a presença da PM e falamos que podem contar com o apoio da polícia caso houver algum caso de violência durante o trabalho nas ruas”.

Uma questão importante para essas trabalhadoras da noite já que pelo 12º ano consecutivo, o Brasil é o país que mais assassina transgêrenos, segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA). Em uma das abordagens, Josi que trabalha na Vila Carvalho relatou que havia pouco tempo que uma camionete passou com três homens que atiraram ovos nela.

Nesse caso, a PM a orientou a anotar a placa do veículo e fazer denúncia pelo 190 ou pelo 100 para casos específicos de LGBTfobia.. Outra profissional abordada que se identificou com Thalita, também disse sobre a segurança ao saber sobre o apoio da SDHU por meio da coordenadoria e da PM.

“Trabalho há muitos anos na noite. Campo Grande não tem tanta violência contra a gente, comigo pelo menos nunca aconteceu nada. Mas saber que temos o apoio de uma coordenadoria que defende direitos humanos e sentir essa cultura de aproximação da polícia, é muito bom. Afinal, não praticamos crimes, somos cidadãs de bem”, aponta Thalita.

Outro serviço que também foi apresentado às profissionais foi de que a SDHU por meio da Coordenadoria de Políticas Públicas LGBT presta atendimento com orientações para pessoas transexuais e travestis sobre procedimentos para a troca de nome e gênero no registro civil e demais documentos. Basta agendar previamente o atendimento pelo e-mail: lgbt.sdhu@gmail.com

Esta é a segunda abordagem realizada em 2021. Segundo a Coordenadoria Municipal LGBT, em Campo Grande são cinco pontos fixos de trabalho das profissionais. Não há uma estimativa de quantas pessoas estão nas ruas, já que o número sempre é flutuante.

Além da Polícia Militar, participaram da ação conjunta a Subsecretaria de Políticas Públicas LGBT do Estado e a Associação das Travestis e Transexuais de MS (ATMS).

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