Após vendaval, deputados defendem planejamento da arborização urbana
Com ventos de quase 100 km/h, a tempestade de areia ocorrida na última sexta-feira (15) derrubou centenas de árvores em Mato Grosso do Sul. Preocupados com a situação, os deputados estaduais defenderam um planejamento da arborização urbana, durante a sessão ordinária de hoje. Herculano Borges (Solidariedade) quer um estudo sobre as condições das árvores.
“Quando há fenômenos da natureza intensos, as árvores caem nas casas, escolas, unidades de saúde, rede de energia elétrica, colocando vidas em risco. É necessário estudo para encaminhamento de manutenção, remoção e aplicação de tratamentos, como forma de evitar problemas como a queda de árvores”, destacou Herculano.
João Henrique (PL) informou que irá reapresentar o projeto instituindo o Programa Raízes do Cerrado em Mato Grosso do Sul, que determina uma compensação ambiental de plantio de árvores frutíferas em detrimento a todo corte e poda de árvores realizadas por empresas ou concessionárias de serviço público que causarem dano ambiental ou que alterarem o desenvolvimento natural ou morte das árvores em áreas públicas no perímetro urbano do Estado.
“Apresentamos o projeto em 2019, mas acabou vetado pelo governo. Vou modificar alguns artigos e convido todos os parlamentares a assinarem a proposta comigo. Acontece que a maioria dos estragos é em razão de podas equivocadas de árvores. Com metade da copa cortada, logicamente que vai cair no primeiro vendaval”, disse João Henrique.
Barbosinha (DEM) falou que no município de Dourados existe um Plano Diretor de Arborização, porém, segundo ele, nunca foi aplicado. “Outros vendavais causaram desastres exatamente porque não há tratamento das árvores por parte da administração pública. É preciso o controle e a retirada da vegetação que tiveram a vida útil vencida”.
O 1º secretário da Casa de Leis, deputado Zé Teixeira (DEM), alertou para a situação da falta de energia pelas quedas das árvores na região da Grande Dourados. “A falta de energia está causando um grande transtorno. A empresa Energisa está trabalhando para restabelecer a luz elétrica, tanto na área urbana e rural. As árvores que não estão sadias precisam ser substituídas por outras espécies menos suscetíveis à ação dos ventos, antes que ocorra um próximo fenômeno como esse”, defendeu.
Pedro Kemp (PT) solicitou à Energisa um plano de prevenção e de recuperação da rede de distribuição de energia no Estado, além de um planejamento de organização pessoal. “A empresa precisa de maquinários e trabalhadores qualificados para não deixar a população desprotegida. Mais de 128 famílias ficaram sem energia. O ressarcimento para quem teve prejuízos também deve ser feito na próxima fatura. A Energisa precisa recompensar essas famílias, algumas ficaram mais de 48 horas sem energia”.
Kemp também fez uma reflexão sobre a razão da tempestade ocorrida no Estado. “Esse fenômeno é resultado da agressão do ser humano à natureza. A utilização de combustível fóssil, os desmatamentos ilegais dos biomas, o desrespeito à reserva legal, as queimadas para limpeza de pastos têm causado a mudança climática e o aquecimento global. A sociedade está sentindo como é séria a destruição dos recursos naturais e preocupante a política predatória do modo de produção capitalista”, comentou.