Ruas do Morada do Sol recebem drenagem e pavimento artesanal com direito a toque feminino
Nem o sol forte ,combinado com a sensação térmica próxima dos 40 graus, reinante ontem, quarta-feira (22), reduziu o ritmo de trabalho dos 14 trabalhadores que de forma habilidosa iniciaram a montagem do paver intertravado no Morada do Sol, pequeno parcelamento na divisa com o Bairro Los Angeles, um dos bairros mais populosos da Capital.
O paver é um tipo de lajota usada em calçadas e como pavimento de ruas .O serviço começou pela Rua Alberto Albertini e será levado a outras 7 vias que somam uma extensão de 1,2 km .
Conforme o projeto ,serão pavimentadas com o paver, além da Álberto Albertini, as ruas Marcos Feliz, Augusta Rossini Guidi, Dom Fernandes Sardinha, Juquiri, Juruce, Jurupeba e Francisco Espinosa.
Segundo o secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Rudi Fiorese, o paver é a alternativa de pavimento indicada para regiões como Morada do Sol, onde o lençol freático é aflorado ( basta perfurar um metro para minar água), e o trânsito de veículos é pequeno.
“O solo não suportaria o impacto da terraplanagem, imprimação, para aplicar do asfalto de CBUQ. Seria preciso um investimento alto em drenagem, como está sendo feito no Nova Campo Grande, que é um bairro que recebe tráfego pesado. Diferente do Morada do Sol, que é basicamente residencial, onde o fluxo de veículos é praticamente só dos moradores e as ruas são estreitas. Isto não significa que sobre o paver não possa passar veículos pesados, como caminhões e ônibus”, explica Rudi.
Toque feminino
Entre os funcionários empenhados no trabalho de características artesanais, a presença feminina de Odete Silva, que embora seja uma novata neste tipo de serviço ,tem o desempenho aprovado pelo chefe da equipe.
Francisco Alves , o Chicão, com a autoridade de quem há 40 anos trabalha na construção civil, não poupa elogios à funcionária. “Caprichosa, pontual e não foge de serviço”, são as qualidades que ele enaltece na funcionária. Odete está há pouco tempo na Capital. Ela morava na cidade catarinense de Joinville, onde era dona de uma microempresa. Resolveu experimentar o novo ofício, enquanto não encontra outro trabalho.
Para garantir resistência e durabilidade ao pavimento, estão sendo construídos 640 metros de drenagem, enterrados na Rua Juqueri, para escoar a enxurrada captada pelas bocas de lobos. A tubulação será conectada a drenagem existente nas vias asfaltadas do Los Angeles, por onde passam os ônibus do transporte coletivo.
Dona Cleonice de Fátima, que há 32 anos (idade do filho mais dela ) mora na esquina das Juqueri Alberto Albertini, nem tinha ideia como ficariam as ruas depois que o serviço estivesse pronto. “Vai ficar muito bonito”, avaliou, ao ver os primeiros metros do pavimento. Ela está animada com a perspectiva de, em pouco tempo, não ter mais que conviver com a poeira, o barro e a água da enxurrada.