Projeto de lei pode auxiliar no aumento da cobertura vacinal
Um dos resultados da Audiência Pública “A Importância da Cobertura Vacinal contra o Sarampo e a Poliomielite” realizada na manhã desta sexta-feira (28) é a elaboração de um projeto de lei com o objetivo de aumentar a amplitude de divulgação da importância da vacina para as pessoas. O deputado Antônio Vaz, presidente da Comissão Permanente de Saúde e proponente do evento, acredita que a proposta pode auxiliar para que aumente a cobertura vacinal, principalmente nas cidades do interior.
“Entre os encaminhamentos desta audiência está o projeto de lei que iremos elaborar com base no debate de hoje. O assunto é de muita relevância foi levantado por um pedido do Ministério Público Estadual (MPE) para esclarecer a situação no Estado, já que em outros lugares do País há casos de Sarampo e Poliomielite. Nós temos lutado junto às autoridades competentes para melhorar a saúde no Estado e compreendemos todas as dificuldades existentes, mesmo com o esforço dos chefes do Executivo municipal e estadual, e dos secretários de cada município. Sempre cobraremos das autoridades, mas também estamos aqui para levar soluções. O melhor para a saúde é a prevenção”, ressaltou o deputado Antônio Vaz.
Larissa Domingues Castilho de Arruda, diretora geral de Vigilância de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), demonstrou alguns dados da cobertura vacinal em Mato Grosso do Sul. “Sempre avaliamos os dados e enviamos aos municípios, com o envolvimento dos gestores e mobilizações feitas em todas as campanhas. Infelizmente percebemos que a população procura as vacinas quando há mortes. Em alguns municípios a cobertura é alta, a ideal, outras baixas. A estratégia de divulgação tem que ser do município, pois a nossa orientação chega lá. Em agosto haverá uma campanha nacional pela atualização das cadernetas de crianças e adultos”, informou.
Maria da Conceição Barros Vieira Ramos, coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Campo Grande, da Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) falou sobre a crença que a sociedade tem de que não é preciso vacinar quando a doença é considerada erradicada. “A população de certa forma está acomodada pois não vê os casos que ainda ocorrem das doenças cobertas pelas vacinas. Outro problema da imunização são as fake news, como as que dizem, inclusive com estudo internacional que a de sarampo causa autismo, ou a febre amarela microcefalia. A saúde tem que fazer um trabalho para mostrar a importância da imunização e o Ministério da Saúde deveria investir em mais propagandas mostrando a realidade de quem teve a doença e não modelos saudáveis”, destacou a coordenadora.
A líder comunitária do município de Anastácio, Nívia Carvalho, relatou que entre a população mais vulnerável socialmente é precário o acesso às informações de conscientização da importância da imunização.”Lá na base vemos que a informação não chega ou não é eficaz. Tanto nas comunidades mais vulneráveis como também, nas aldeias indígenas. Seria melhor se fosse feito um contato direto dos agentes de saúde de porta em porta”, sugeriu.
O vereador membro da Comissão de Saúde, Dr. Wilson Samu, levantou a necessidade de divulgação maior da importância das vacinas. “Acredito que há uma grande falta de esclarecimento sobre o assunto, e que poderíamos usar a mídia para disseminar informação sobre tudo que está acontecendo, as doenças que podem voltar por uma cobertura vacinal inadequada, a necessidade de manter a vacinação em dia. É necessário que se invista em campanhas para tentar atingir um público cada vez maior”, considerou.
Participaram do evento a médica infectologista e pediátrica, Dra. Carolina Martins Neder, o biomédico Dr. Sérgio Araújo Marques, e a gerente técnica da Coordenadoria Estadual de Vigilância Epidemiológica , Gislaine Coelho Brandão, entre outras autoridades.
Projeto
Preocupado com o tema, o presidente da Comissão de Saúde, deputado Antônio Vaz, apresentou o Projeto de Lei 151/2019, para incluir Calendário de Eventos do Estado a Semana de Prevenção e Combate da Gripe H1N1. Durante a semana haverá palestras, seminários, distribuição de cartilhas educativas, informações sobre os sintomas, prevenção e combate ao vírus H1N1, coordenadas por coordenadas por profissionais capacitados. A semana também será divulgada pelos meios de comunicação e cartazes em lugares de grande aglomeração de pessoas.