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Médico acusa ABCG de não pagar profissionais mesmo com dinheiro em caixa

A Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG) pagou, na tarde de quinta-feira (27), os salários atrasados de pouco mais de 300 médicos da Santa Casa que atuam no regime celetista, impedindo a paralisação da categoria que deveria ocorrer nesta sexta-feira (28). Segundo a instituição, o restante do repasse do mês de junho foi complementado pelo Poder Público, na ordem de R$ 2,7 milhões, e permitiu o pagamento destes profissionais.

Entretanto, este foi apenas um dos inúmeros problemas da Santa Casa solucionado previamente pela direção. Os médicos autônomos que prestam serviços ao hospital público sem vinculo trabalhista (CLT) também estão reclamando que não recebem os repasses há meses e já ameaçam de paralisar suas atividades nos próximos dias, caso nenhuma atitude seja tomada pela ABCG.

Nesta mesma quinta-feira, uma denúncia grave foi apresentada na Câmara Municipal, durante a sessão ordinária. Ao fazer uso da palavra, o Dr. Sérgio Ocampos, médico cirurgião de tórax da Santa Casa, afirmou que a ABCG está recebendo a verba por parte do Poder Público e mesmo assim não cumpre com suas obrigações para com os funcionários.

“Os médicos estão há 4 meses sem os repasses. Gostaria de saber por que a Santa Casa está recebendo a verba, mas não está repassando aos médicos?”, questionou. “A Santa Casa não adiciona nada na remuneração feita a esses médicos autônomos, apenas faz o repasse do governo da tabela do SUS”, complementou.

Em outro ponto de sua fala, o médico indicou que pode haver um caos na saúde caso nada for feito. “Não é só aumentar a verba para resolver isso, é gerenciar essa verba para que possa ser otimizada. Estamos caminhando para uma situação que vidas podem ser perdidas. A Política é muito importante para que haja uma discussão técnica”, concluiu ele.

A fala do profissional pode ser comprovada por meio do relatório enviado à Comissão Especial da Câmara Municipal, que acompanha a execução do contrato de prestação de serviços e assistência em saúde do município de Campo Grande, firmado com a Associação Beneficente de Campo Grande. O documento diz que o Ministério da Saúde, Governo do Estado e a Prefeitura Municipal estão em dia com o repasse.

De acordo com o vereador Dr. Wilson Sami, será enviado um ofício para Santa Casa para saber o quanto a instituição tem de gastos e o quanto ela recebe de repasse. “Recebemos esses dados da Santa Casa e estamos analisando para que assim possamos, de maneira efetiva, corroborar com o problema da saúde em Campo Grande”, disse.

O vereador Dr. Cury, que também faz parte da Comissão, afirmou que a Santa Casa recebeu todos os repasses para pagamento dos procedimentos médicos realizados pela instituição. “Tanto o Ministério da Saúde, como o governo estadual e municipal não devem um centavo para a Santa Casa, todos os recursos estão em dia. Realmente, é chocante quando ouvimos que o repasse, o dinheiro que já foi recebido pela Santa Casa para pagar os procedimentos médicos e internações não estão sendo repassados”, declarou o parlamentar.

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