Representante dos trabalhadores dos Correios critica privatização na tribuna da Câmara
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios de Mato Grosso do Sul, Elaine Regina de Souza Oliveira, utilizou a Tribuna, na sessão desta quinta-feira (09), e criticou a proposta de privatização da empresa, já aprovada na Câmara dos Deputados e que está em análise no Senado Federal. Segundo ela, os serviços de entrega serão prejudicados principalmente nas pequenas cidades.
“Nossa energia e nossa água são privatizadas, e o que vemos? Valor mais alto. Será que a iniciativa privada vai estar nos pequenos municípios? Será que é interessante? Hoje, a iniciativa privada pode estar nessas cidades para fazer a entrega de encomenda, mas ela não vai. Ela não vê lucro nesses pequenos municípios. A população brasileira pode ser muito prejudicada com a privatização”, alertou.
O Projeto de Lei 591/21, do Poder Executivo, autoriza a exploração pela iniciativa privada de todos os serviços postais. A proposta estabelece condições para a desestatização da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) e remete a regulação do setor à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Ainda conforme a representante dos trabalhadores, que utilizou a Tribuna a convite do vereador Zé da Farmácia, a empresa não é deficitária, como muitos alegam, mas sofre com o sucateamento e falta de funcionários.
“Dizem que o Correio é deficitário, mas isso é mentira. O Correios nunca pegou 1 centavo da União, sempre foi superavitário, tendo inclusive no último período um lucro de R$ 1,1 bilhão. O setor de encomendas, o e-commerce, que está bombando, é aberto. Pela credibilidade e eficiência, os Correios lideram com 90% das entregas do e-commerce. Qual o argumento para privatizar?”, questionou.
“Os Correios foram sucateados. De 1.700 trabalhadores, hoje atuamos com 1.200 e estamos fazendo o serviço, chegando a toda a população de Mato Grosso do Sul. Vamos a defesa dos Correios. Ele foi criado para fazer a integração nacional, universalização do serviço postal, independente da renda ou onde mora o cidadão. Não há argumentos que defendam uma privatização”, finalizou.