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Prefeitura busca alternativas para ‘se livrar’ da Santa Casa

A construção de um hospital público de responsabilidade do Município de Campo Grande voltou à tona nesta semana. O assunto vem ao mesmo tempo em que os médicos da Santa Casa – que atuam no regime celetista – ameaçam paralisar as atividades por conta de atrasos no pagamento, fato este que se tornou comum desde o início dos anos 2000. A Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG), que administra o maior hospital público de Mato Grosso do Sul, como sempre, joga a responsabilidade para cima do Poder Público (Município, Estado e União), acusando de não cumprir com a totalidade dos repasses.

É um jogo de ‘empurra-empurra’, onde quem mais sofre é a população. Agora, a Prefeitura Municipal e o Governo do Estado estudam a construção de um hospital municipal, a ideia não é original desta gestão, na verdade, é uma proposta bem antiga e que chegou a ganhar corpo nos tempos de Alcides Bernal (Progressista), e não vingou. Na época, também cogitou uma parceria com o Hospital do Pênfigo, com convênio na ordem de R$ 2,5 milhões, que disponibilizaria 60 leitos e seis unidades de terapia intensiva, mas ficou só no papel.

Nesta semana, já pensando no fortalecimento do projeto, o secretário municipal de saúde pública (Sesau), José Mauro Filho, visitou o Hospital Municipal Dr. Leony Palma de Carvalho, em Cuiabá (MT), que fora inaugurado no final de 2018 aos custos de R$ 50 milhões. O estabelecimento hospitalar tem 315 leitos, sendo 178 de adultos, 20 leitos no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), 60 de UTI, 38 de emergência, seis salas de cirurgia e 13 leitos de recuperação pós-anestesia (RPA). Foram três anos de obras.

O tempo é o grande inimigo para a viabilização do hospital municipal de Campo Grande, outro entrave ainda maior é a falta de recurso, não apenas para bancar a construção do prédio, mas para mantê-lo ativo, uma vez que a Capital tem já o seu orçamento anual no limite. Eis, então, a nossa indagação e proposta para reflexão: não seria mais eficaz e prático investir o recurso de uma eventual obra no aprimoramento e melhoramento das unidades de pronto atendimento e centros de especialidades médicas já existentes na cidade, transformando-os em hospitais?

Em todo o caso, enquanto Prefeitura e Governo do Estado fazem os cálculos para o projeto, uma medida mais ágil está em pauta em ambas às secretarias de saúde. Eles querem encontrar uma alternativa para ‘concorrer’ com a Santa Casa e, desta forma, romper com a ABCG. A primeira opção na mesa dos gestores é efetivar parcerias com hospitais particulares, ganhando mais leitos e equipamentos médicos para o SUS da Capital. Há pressa na decisão, já que estamos em tempos de pré-campanha eleitoral.

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