Policial

Jornalista e motorista de jornal são presos ao tentar extorquir prefeito de Tacuru

Um jornalista de 32 anos e um motorista, de 24 anos, foram presos em flagrante pela Delegacia Especializada de Repressão à Roubos e Furtos (Derf), em Campo Grande. A investigação fez uma interceptação telefônica e descobriu o momento em que eles exigiam dinheiro do prefeito Carlos Alberto Pelegrini (PMDB), atuante em Tacuru, na região sul do estado.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do prefeito e disse que ele retornou à cidade nesta manhã (25), está um pouco abalado e, em breve, deve se manifestar sobre o assunto.

“Em um primeiro momento eles pediram R$ 50 mil, depois baixaram para R$ 30 mil e, por último, queriam esse valor mais um contrato de assessoria de imprensa, com mais um adicional de R$ 2 mil para poderem legalizar o dinheiro. Eles alegaram que, desta forma, fariam a defesa do prefeito sobre uma situação envolvendo um travesti”, afirmou ao G1 o delegado Reginaldo Salomão, titular da Derf.

Conforme o delegado, a vítima alega que foi visitar um parente internado em um hospital de Dourados, em dezembro de 2018, quando saiu para fazer um lanche. “Neste momento, houve um assalto envolvendo de 3 a 4 pessoas, entre elas um travesti que agrediu o prefeito. Existe um inquérito policial na cidade e imagens mostram o rosto deste suspeito. O jornalista e o outro suspeito tiveram acesso e passaram a extorquir, criando fakes e dizendo que divulgariam um suposto caso dele”, explicou Salomão.

A Derf então foi informada e passou a apurar a conduta dos envolvidos. “O prefeito foi questionado e disse que não tinha feito nada, não tinha nada a esconder e apenas havia sido roubado. Ele efetuou gravações e nós organizamos o flagrante em um hotel. No último domingo (23), inclusive, os suspeitos ligaram dizendo que tinham uma excelente proposta de um inimigo político e poderiam divulgar os fakes”, comentou o delegado.

O encontro entre eles então foi marcado um dia depois, na capital sul-mato-grossense. “Fizemos a interceptação. O prefeito chegou no lugar e disse que não ia pagar nada. Eles então falaram: ou você nos dá R$ 10 mil ou vamos entregar o material para o seu inimigo político e ele deve usar na campanha. Foi quando entramos e fizemos as prisões. A intenção agora é buscar outros possíveis envolvidos e quem sabe delações de outros”, disse o delegado.

Ainda conforme a polícia, o jornalista e o motorista de jornal já trabalharam juntos. No entanto, estavam em locais distintos atualmente. Um deles confessou o crime, ressaltando que a intenção era fazer “notas diárias do roubo do prefeito” e também ameaçavam “vender material bombástico”.

Ambos vão responder pelo crime de extorsão. A pena varia de 4 a 10 anos de reclusão.

*Por G1 MS

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