Condenado a 31 anos de prisão assassino confesso de Carla
Os jurados, cinco homens e duas mulheres, acataram a tese da acusação e condenaram o acusado pelos crimes de estupro, vilipêndio e ocultação de cadáver e, o mais grave deles, homicídio com quatro qualificadoras – motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio por razões de desprezo à condição de mulher da vítima.
O réu assistiu a maior parte do julgamento em uma sala anexa ao plenário do Tribunal do Júri, por videoconferência. No início do júri, ele disse que iria ficar em silêncio, direito dele previsto em lei, e pediu para sair do plenário.
O julgamento foi acompanhado por parentes da vítima. A mãe de Carla, Evani Santana Magalhães, passou boa parte do tempo com um terço nas mãos e, antes de começar o júri, disse que estava confiante na “em Deus e na Justiça”.
Marcos e Carla eram vizinhos. Ele foi preso 15 dias após o crime. E apesar do silêncio no julgamento, à polícia o réu havia confessado ter matado a vizinha e dito os motivos. (veja baixo trechos dos principais relatos dele)
- “Uma vez eu tentei cumprimentar ela, tava sujo do serviço, ela olhou assim pra mim, e foi embora, nem tchun pra nada”.
- “Meu deu uma raiva, né. Ela é pobre igual eu…”
- “Na hora eu fiquei com raiva sim e falei: um dia ela vai pagar por que ela tá fazendo isso comigo.”
E um dos motivos alegados pelo réu para o crime, a ausência de um cumprimento, está estampado na camiseta que a família de Carla mandou fazer para uma manifestação em frente ao Fórum. No plenário do júri não é permitido entrar com roupas em alusão ao crime e por isso a mãe da jovem trocou a blusa.
Nas costas da camiseta está escrito: ‘Eu não responder ao seu bom dia não te dá o direito de me matar”. Dona Evani justifica. “Foi o que ele [assassino] fez. Foi o que ele falou. Que ele matou ela porque ela não deu bom dia para ele”.