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Olímpiadas: Avancini termina em 13º e Luiz Cocuzzi em 27º no ciclismo MTB

Não foi o resultado que Henrique Avancini esperava, mas com o 13º lugar na prova de cross country olímpico (XCO) do ciclismo moutain bike nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 nesta segunda, 26, ele passa a ser o brasileiro com melhor desempenho na modalidade, superando o 18º lugar de Jaqueline Mourão em Atenas 2004.

O melhor resultado da história do ciclismo brasileiro segue sendo de Anésio Argenton, 5º lugar em Roma 1960, na prova de velocidade na pista. Campeão mundial da prova de MTB Maratona em 2018, prata nos Jogos Pan-americanos Lima 2019 e com título da etapa da República Tcheca da Copa do Mundo (2020), Avancini afirma que esperava mais da prova em Tóquio.

“Sempre demora um pouco a entender o que acontece, minha percepção pós-prova não é a ideal. Eu estava muito tranquilo em relação a como eu poderia performar. Não consegui tirar tudo que meu corpo tinha pra dar e isso é muito ruim. Quando você não consegue extrair o melhor que você pode. Falo com muita segurança que cheguei na minha melhor forma física e não consegui entregar isso. Meu último treino na pista foi extremamente bom, me senti muito rápido no circuito. Agora eu preciso entender o que deu de errado”, disse Avancini.

Ligado ao ciclismo desde pequeno por conta do pai, Ruy, que tinha uma oficina em Petrópolis (RJ) e montou a primeira bicicleta para o filho com peças seminovas que os clientes deixavam no local, Henrique, hoje com 32 anos, ainda vai tirar as lições da prova.

“Lógico que eu não vim pros Jogos Olímpicos para aprender mais nada, não sei se essa é minha última participação ou não, mas não vim para adquirir experiência, vim pra entregar performance. A satisfação é pelo que trabalhei para estar aqui, mas fico decepcionado porque busquei defender o país da forma mais honrosa possível. Agora é tentar tirar o melhor proveito disso”, comentou.

Avancini começou a prova muito bem. Parte do primeiro pelotão por conta da posição no ranking mundial, largou na frente e liderou toda a primeira volta. Mas no começo da segunda, foi atacado pelo favorito da prova, o suíço Nino Schurter e, ao tentar não deixar o adversário ganhar vantagem, acabou não encontrando seu próprio ritmo.

“Mas, na segunda volta, o Nino lançou um ataque e respondi. Ali eu comecei a me perder na prova.  Me perdi bastante dentro da corrida e não consegui me achar. Estava aqui para buscar uma medalha inédita. Arrisquei muito para isso”, completou.

Além dele, o Brasil foi representado na prova por Luiz Cocuzzi. Ele começou a andar de bike no projeto social Lar Nossa Senhora Aparecida, no bairro de Parelheiros, periferia de São Paulo, que é dos pais dele ajuda crianças e adolescentes desde 1993, em um espaço que possui uma pista de mountain bike. Estreando em Jogos Olímpicos, Cocuzzi voltará ao Brasil com novos aprendizados.

“Eu levo muita coisa dos Jogos Olímpicos. Nessa prova você aprende no que tem que melhorar. Com a pandemia, eu perdi muito no ranking e acabei largando um pouco atrás. O que eu levo desses Jogos é que por mais que você treine, trabalhe, sempre tem algo a melhorar, um detalhe para acertar. Quando você chegar num evento desse, que é uma chance só, não cometer erros e conseguir chegar no melhor resultado”, disse Luiz.

Nesta terça, 27, Jaqueline Mourão disputa a prova feminina a partir das 15h, no horário do Japão (3h da manhã, horário de Brasília).

 

*Por Comitê Olímpico do Brasil (COB)

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