Vacina traz esperança e fila gera cenas com choro, balões e festa de aniversário
Desde que a vacinação contra a Covid-19 começou no país, em janeiro deste ano, muitos têm sonhado com a dose de esperança. Ir se vacinar tornou-se, praticamente, um evento social. Afinal, em tempos que devemos respeitar regras de biossegurança e manter o distanciamento social, uma saída como esta é motivo de comemoração.
De lanches turbinados para as equipes de imunização, a cartinhas de agradecimento e até bolo de aniversário e buquê de flores para comemorar bodas de prata, entre tantas outras pequenas comemorações, os servidores têm sido agraciados com cenas inusitadas de carinho e agradecimento.
A responsável técnica da imunização no Drive-thru do Albano Franco, Elaine Cristiana Barbosa, conta que várias pessoas saem chorando, muito agradecidas. Alguns, mais empolgados, chegam a sair gritando.
“Tem gente que vem com carro adesivado, com balão, com o carro escrito a giz, agradecendo a equipe. Outros trazem lanches, bolos para a equipe, chocolates. Já presenciamos até a entrega de um buquê de rosas do marido à esposa, em comemoração aos 25 anos de casamento. É muito gratificante fazer parte de tudo isso. Eu me emociono! Para a gente que está desde o início acompanhando tudo, não tem como não se comover”, diz.
Até o momento 388.923 pessoas (42,92%) já tomaram a primeira dose da vacina, outras 217.874 (21,97%) já receberam a segunda dose ou a dose única do imunizante. A operadora de caixa Cynthia dos Santos Martins, que foi tomar a 1ª dose, revela que não via a hora de chegar sua vez. E no dia 1º de julho, quando soube da nova remessa, foi correndo tomar no Drive do Albano Franco.
“Há muito tempo sonho com este momento, muito tempo mesmo. Eu não via a hora de me vacinar. A operadora de caixa trabalha diretamente com muitas pessoas, então, a gente fica exposta o tempo todo. Tenho pessoas muito próximas que pegaram a Covid. Tive perdas de amigos e familiares e é muito difícil, mas graças a Deus agora estou tomando a vacina. Todos devem tomar, não importa qual vacina, o importante é se imunizar”, frisa Cynthia dos Santos Martins.
A gerente comercial Shirlene Alves ressalta a importância da vacina, independentemente da idade. “Penso que é sempre bom termos um imunizante a mais, não importa se a pessoa é nova ou mais velha, tem que se cuidar. Eu me cuido muito. Eu tomo vitaminas para aumentar a imunidade, alimentação balanceada, tomo todos os cuidados de biossegurança. Na minha família quatro pegaram a Covid. Um irmão está intubado, está estável, melhorando devagarzinho e ele não chegou a tomar a vacina”, diz.
Elaine Cristiana Barbosa lembra que no dia que as doses chegam o movimento é intenso no pólo de vacinação e, infelizmente, nem tudo é alegria. Tem também aqueles que desrespeitam os servidores nos postos de vacinação.
“Tem muita gente que chega e reclama. Quer tomar uma vacina específica e quando explicamos que é outra, fica brava. Já teve caso de a usuária chegar aqui, xingar todo mundo e ainda sair cantando pneu. A gente fica chateado, porque estamos aqui dando nosso melhor. Deixamos nossos familiares em casa e nos dedicamos integralmente a esse momento delicado”, aponta.
Mais de 40% da população vacinada
Em Campo Grande, 388.923 pessoas (42,92%) já tomaram a primeira dose da vacina, outras 217.874 (21,97%) já receberam a segunda dose ou a dose única do imunizante. Manter-se entre as capitais que mais vacina no país exige muito trabalho e planejamento.
Para a vacina chegar aos usuários e levar esperança a quem há muito sonha com a imunização, ela percorre um caminho longo, que vai desde a separação das doses pelo Ministério da Saúde para os 26 estados brasileiros, mais o Distrito Federal, à chegada dessas doses nos aeroportos das capitais, onde são redistribuídas aos municípios.
Depois, cada Município precisa organizar a sua logística de distribuição aos pontos de vacinação. Em Campo Grande, depois de a vacina chegar ao almoxarifado da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) é feita a conferência das doses que chegaram com a Nota Fiscal enviada pelo Ministério da Saúde. As doses são separadas e acondicionadas corretamente nas caixas térmicas, com a temperatura correta, e com o apoio da Guarda Municipal, são distribuídas aos quatro drives-thru (Centro de Convenção Albano Franco, Hospital da Cassems, UCDB, e Parque Ayrton Senna), que abrem às 7h30 e vão até às 17 horas, e às unidades de saúde, que abrem às 13h e fecham às 16h45. A Seleta abre às 7h30 e vai até as 16h45 e o IMPCG abre às 14h e fecha às 19h30, e as unidades de saúde funcionam das 13h às 16h45.
Influenza
Além da imunização contra a Covid-19, a Capital também está em campanha de vacinação contra Influenza, que segue até o dia 9 de julho. Nesta reta final, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) abriu a vacinação para o público em geral, após autorização do Ministério da Saúde.
Desta forma, a vacina que protege contra Influenza estará disponível nas unidades de saúde de Campo Grande a partir desta terça-feira (6). A aplicação das doses será feita de acordo com a disponibilidade nos pontos de vacinação e acompanhando o cronograma da Covid-19, que referencia alguns locais para aplicação exclusiva deste imunizante no período da tarde.
Conforme a parcial realizada pela Sesau na última sexta-feira (2), 153.004 pessoas foram se vacinar desde o início da campanha, em 13 de abril, o que corresponde a 61,18% do público alvo. Crianças e trabalhadores da saúde são os dois públicos com a maior cobertura, sendo 82,65% e 80,43% respectivamente.