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Dia das Mães: Em meio à pandemia, o desafio do maternar

A rotina delas já não era fácil, entre o café da manhã engolido às pressas e o trânsito para chegar ao trabalho, tinham ainda que deixar seus filhos em escolas e creches, os menores muitas vezes com babá, quando possível. Quem não trabalhava fora não tinha uma rotina menos cansativa, os filhos requerem atenção constante, carinho, amor e cuidados, diariamente. Com a pandemia, essa realidade passou a ser mais exaustiva e estressante, já que foi preciso conciliar o maternar com o trabalho, não da forma habitual, mas em um método que passou a ser mais abrangente, o homeoffice. O mundo todo começou a utilizar com mais frequência o trabalho remoto, com o objetivo de evitar o contágio e propagação do novo coronavírus nos locais de trabalho.

O desafio das mães se tornou ainda maior, conciliar o “monitor” ligado com o filho, muitas vezes no colo, ou pedindo algo, não é tarefa das mais fáceis. Elas passaram então a se dividir entre os afazeres da casa, necessidade dos filhos e as atividades do ofício. E presencialmente, por alguns dias, não puderam contar com escolas abertas, ou até babás, muitas delas não têm rede de apoio alguma. Mães, essas mulheres que nos carregaram nos braços, com muito amor, abnegação, ternura e o eterno devotar por aqueles chamados filhos e filhas acalentados nos braços quando crianças e em abraços apertados vida afora, merecem todo o nosso respeito e devoção.

Paulo Corrêa deseja Feliz Dia das Mães às mulheres do EstadoFoto: Luciana Nassar

Reiterando a importância do Dia das Mães, que será comemorado no próximo domingo (9), o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), homenageia as mães e reforça o compromisso da Casa de Leis com elas. “Queria cumprimentar você, mamãe, do Mato Grosso do Sul. No seu dia, o Dia das Mães, eu, presidente da Assembleia Legislativa, deputado Paulo Corrêa, estou desejando um Feliz Dia das Mães para você com toda sua família, pois a gente sabe o que significa a mãe, mãe é o suporte, o porto seguro de toda família. Contem comigo e com a Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul”, frisou (veja o vídeo clicando aqui).

Pandemia e maternidade

Ursula e o filho Joaquim Francisco, de 2 anos

Foto: Arquivo pessoal

Para Ursula de Menezes, funcionária pública do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (IBAMA), a pandemia trouxe uma série de transtornos. “Em março de 2020, Joaquim Francisco tinha 1 ano e 3 meses, conseguimos vaga em creche pública, e eu acreditava que finalmente minha vida voltaria ao normal após a gestação, licença-maternidade e o teletrabalho legalmente instituído na época com as minhas condições, uma mãe sem acesso a creche. Voltei ao trabalho presencial em fevereiro, e comecei uma nova rotina, atividades físicas em uma academia, estava muito feliz. Aí recebo a notícia do teletrabalho por 15 dias, devido a da Covid-19”, contou.

“As dificuldades surgiram, o trabalho passou a ser monitorado por metas individuais de produção. Eu e meu filho integralmente juntos. Extremamente sobrecarregada com os afazeres domésticos, um bebê ainda necessitando dos meus cuidados para tudo em tempo integral, e a minha cabeça pensando no meu trabalho, do qual não conseguia produzir, nem me concentrar como antes. Trabalhei muitas vezes até quase meia-noite para tentar suprir as metas. Sem uma rede de apoio e com tanta sobrecarga, entrei em um estado ansioso-depressivo, e busquei ajuda médica e terapêutica”, disse.

Notebook vira diversão

Foto: Arquivo pessoal

Ursula relatou que trabalha atualmente de forma híbrida e paga uma brinquedoteca nos dias presenciais. “Percebi que alguns acidentes domésticos poderiam ser evitados se eu não estivesse trabalhando e cuidando dele ao mesmo tempo, cheguei a pensar em pedir exoneração. A carga emocional em uma mãe é grande, as responsabilidades domésticas, a maternidade e nossa carreira disputam o tempo todo a nossa atenção. Hoje meu pequeno tem 2 anos e 4 meses, eu continuo em tratamento para aliviar o quadro ansioso-depressivo adquirido com essa nova realidade trazida pela pandemia”, concluiu.

Primeiro Dia das Mães emocionou Gabriela

Foto: Arquivo Pessoal

Gabriela Rufino, funcionária pública, explicou que a gravidez foi cheia de incertezas e medos. “O gestar já foi complicado, pois foi bem no início da pandemia, ainda mais que não sabíamos muito sobre a Covid-19, tudo era muito assustador. Ainda bem que eu pude ter na ocasião do parto, por ser cesariana e eu precisar ficar mais dias no hospital devido as minhas condições de saúde, a companhia do meu esposo e mãe. Mas o mais difícil de ter um filho na pandemia é não ter pessoas próximas ajudando no puerpério, sou mãe de primeira viagem, tudo muito novo, e qualquer ‘coisinha’ nos assusta. É necessário socorro para as noites acordadas, cólicas, e até mesmo limpar o umbigo do bebê, e isso parece bobo aos olhos de muitos, mas para a nova rotina de uma mãe que acaba de “nascer”, é tudo muito difícil”, relatou.

Will tem 10 meses

Foto: Arquivo Pessoal

“Sofro por antecedência, desde o parto eu já pensava no retorno ao trabalho. Como seria, pois minha família não mora aqui, a única a alternativa que tivemos foi colocá-lo em uma escolinha de confiança de amigos, mas seguimos com o coração apertado até o momento. Mas sigo reafirmando que sou uma pessoa muito abençoada, pois eu trabalho meio período, e mesmo lidando com muitas pessoas, mantenho todos os cuidados necessários. É muito importante ter o outro período para participar de tudo de novo que ele está aprendendo, ajudando no seu desenvolvimento, colocando em prática o que ele aprendeu na escola, apesar de estar com apenas 10 meses. E por falar em escola, a pandemia nos afetou de todas as maneiras, mas eu tive a emoção de participar do meu primeiro dia das mães na escolinha do Will, vendo as apresentações dele. Foi tudo muito lindo e emocionante. Ser mãe é maravilhoso, tem seus altos e baixos, mas é prazeroso demais”, destacou.

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