Capital

A fim de mapear antas que circulam por Campo Grande, pesquisadores pedem ajuda aos moradores

Quase todos os dias a Polícia Militar Ambiental (PMA) ou o Corpo de Bombeiros registram resgates a animais silvestres na região urbana de Campo Grande. Olhando para os bichos que circulam neste perímetro, em específico as antas, um projeto conta com a ajuda dos moradores da capital para mapear as espécies que “passeiam” pela cidade.

O projeto “Antas Urbanas” explica que a ajuda dos campo-grandenses será essencial, pois eles quem reportarão aos pesquisadores locais que encontrarem o mamífero. A pesquisa é feita pela Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (INCAB), que é responsável pelo mais completo banco de dados do mundo sobre a anta brasileira (Tapirus terrestris), de acordo com a própria iniciativa.

O mapeamento em Campo Grande tem como foco descobrir informações sobre as antas no ambiente urbano. A Iniciativa justifica a atuação na capital sul-mato-grossense como sendo um “local onde é frequente o aparecimento de antas, fora do meio silvestre”, como explica a iniciativa.

Os pesquisadores da INCAB pretendem avaliar o impacto de ameaças à espécie na cidade e desenvolver estratégias de conservação para os animais em ambientes urbanos e aos arredores.

Avistei uma anta em Campo Grande, como entro em contato?

Aqueles que avistarem uma anta “passeando” por Campo Grande ou pelos arredores do município podem entrar em contato pelas redes sociais do grupo, clicando aqui.

Além do acesso pela plataforma, ao avistar o mamífero, as informações podem ser repassadas a um biólogo da equipe, Felipe Fantacini, por meio dos seguintes contatos:

  • E-mail: fantacini@ipe.org.br
  • Telefone: (67) 9-9337-0799

Ciência colaborativa

 

Projeto que mapear antas que 'passeiam' por Campo Grande — Foto: INCAB/Divulgação
Projeto que mapear antas que ‘passeiam’ por Campo Grande — Foto: INCAB/Divulgação

Para os pesquisadores do INCAB, quando à a inserção da comunidade na pesquisa, o processo passa a ser chamado de: “Ciência Colaborativa”. Para Fantacini, biólogo da iniciativa, a participação da população tem potencial de contribuir com as informações.

A pesquisa prevê monitorar os animais durante 12 meses, por meio de colares específicos. A tecnologia do acessório permite saber sobre a movimentação dos indivíduos pela cidade e seus arredores.

Patrícia Medici, uma das biólogas responsável pela iniciativa, explica que o mapeamento possibilitará a investigação da movimentação dos mamíferos e o estado de conservação das antas em questão, por meio de um colar.

“O colar é programado para, após 12 meses, acionar um dispositivo de ‘drop-off’ e desprender-se automaticamente do pescoço do animal”. O equipamento é resgatado pela equipe para recondicionamento. Caso o dispositivo não seja ativado automaticamente, os animais são recapturados para a retirada do colar manualmente”, explica a pesquisadora.

A bióloga explica que o desmatamento e a expansão dos centros urbanos representam importantes ameaças para a conservação das antas. Como resultado, a especialista diz que pode haver uma grande fragmentação e perda da qualidade no habitat do animal.

“A intensa modificação dos ambientes naturais ao redor dos centros urbanos torna os animais ainda mais expostos aos conflitos com os seres humanos, com os atropelamentos e a transmissão de agentes infecciosos provenientes de animais domésticos exemplificando os riscos dessa interação”, finalizou Patrícia Medici.
* Por G1 MS

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