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Na Palavra Livre, vereadores discutem retorno das aulas presenciais

O retorno das atividades educacionais presenciais foi um dos temas discutidos na Câmara Municipal de Campo Grande, durante a sessão desta quinta-feira (04). Na Palavra Livre, os vereadores divergiram sobre a questão, no entanto, concordam que os professores, administrativos e estudantes devem ser preservados.

“Quem pagará a conta do distanciamento cognitivo do aluno da rede privada e do aluno da rede pública? O aluno da rede privada está sendo atendido, e o da rede pública, prejudicado. Não podemos ignorar isso. Se já era difícil o filho do pobre entrar nos cursos, agora piorou. Quem pode garantir a eficiência do ensino remoto? Sou professor e não acredito nessa eficiência. Como alfabetiza uma criança à distância? Quem pode garantir que, até julho, os professores e administrativos estarão imunizados? Temos que levar uma discussão séria dentro da ciência”, disse o vereador Prof. Juari, que iniciou o debate.

A volta presencial das aulas já foi discutida na Câmara. No dia 9 de fevereiro, a Casa de Leis promoveu reunião sobre o tema, com a presença da secretária municipal de Educação, Elza Fernandes. Ela esclareceu que as aulas seguem de maneira remota, mas acrescentou que a Secretaria já está fazendo o planejamento para o retorno de forma híbrida (parte da turma no ensino presencial e parte no on-line) antes do dia 1º de julho, atendendo as normas de biossegurança.

Já no último dia 23, o presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Lucílio Souza Nobre, fez uso da Tribuna e demonstrou preocupação com o retorno das atividades. Para ele, a categoria deve ser vacinada antes do retorno às aulas para evitar um novo surto da Covid-19.

Segundo o vereador Valdir Gomes, as unidades públicas de ensino não têm condições estruturais de receber aulas presenciais sem a vacinação. “Não há condições de comparar [com a rede privada]. Há EMEIs que não têm janela, com 40 crianças juntas. Como faremos isso numa pandemia? O que precisa, não sei de que forma, é vacina. Chega um pouquinho [de vacina] que não dá nem para os idosos. Quem vai pagar a vida?”, questionou.

Mesma linha de raciocínio tem o vereador Prof. Riverton. “A realidade das escolas municipais é diferente das privadas. Quem vai pagar pelo prejuízo cognitivo na vida das crianças? Nós vamos recuperar, sim, pois nossos profissionais são capacitados. Eles estão fazendo com que o ensino chegue nas casas dos alunos”, analisou.

Em sua fala, o vereador Tiago Vargas afirmou que todos os vereadores são favoráveis à educação. “Queremos que as pessoas retornem, sim, às aulas, mas com cuidado e segurança a todos os profissionais da educação. Ou, quem vai pagar a conta, é a população”, finalizou.

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