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Conselheiro do TCE/MS, Jérson Domingos é denunciado por obstrução de Justiça

O ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e conselheiro do Tribunal de Contas do estado (TCE), Jérson Domingos, foi denunciado pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) à Justiça por obstrução de Justiça.

A denúncia é um desdobramento da segunda fase da operação Omertà, da Polícia Civil e Ministério Público Estadual (MP-MS), que durante as investigações sobre a suposta milícia armada que a agia no estado descobriu indícios de um suposto plano para matar o delegado que coordenava a apuração.

Além de Domingos, também foram denunciados os empresários que são acusados de chefiarem a milícia, Jamil Name e Jamil Name Filho (os dois estão presos desde o fim de 2019 na penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte), uma familiar deles, um policial civil aposentado, um guarda civil e dois advogados.

O advogado André Borges, que defende Domingos diz que a “defesa ainda não tem ciência do processo, que deve ser novo; mais adiante se posicionará”.

O G1 entrou em contato com a defesa dos outros denunciados, mas até a mais recente atualização da matéria não conseguiu um posicionamento sobre a nova denúncia.

Domingos já é réu em outra ação que surgiu a partir das investigações da Omertà. Neste processo ele é acusado de supostamente integrar uma organização criminosa. Durante as investigações, Domingo chegou a ser preso por porte ilegal de arma de fogo.

Na nova denúncia, o Gaeco aponta que Jerson Domingos exerceria o “autêntico papel de consiglieri para o líder máximo do grupo, Jamil Name, participando ativamente das discussões de maior importância no âmbito da organização criminosa”.

A denúncia diz que o conselheiro vem “sendo responsável por providenciar comunicações da organização criminosa com seus integrantes presos, servindo de exemplo episódio em que, a mando de Jamil Name”.

O Gaeco diz que elementos da investigação mostram que “Jerson Domingos foi eleito pelos líderes Jamil Name e Jamil Name Filho para atuar como um dos administradores do atentado [suposto plano para matar o delegado da Polícia Civil que coordenava as investigações]”.

O grupo cita, inclusive, que durante depoimento uma testemunha disse que Domingos teria sido incumbido de viajar ao Rio de Janeiro para contratar executores para o suposto plano para matar o delegado.

O Gaeco diz na denúncia que haveria evidências de que o conselheiro do TCE esteve efetivamente no Rio de Janeiro entre o fim de 2019 e o começo de 2020.

A denúncia segue para apreciação da Justiça, e destaca ainda que o suposto plano para matar o delegado foi descoberto por meio de “diligências internas no Presídio Federal de Mossoró/RN, quando agentes penitenciários encontraram na cela de preso anotações de próprio punho dele, em pedaço de papel higiênico, numa espécie de diário, contendo informações decorrentes de conversação de presos vizinhos”.

  • Por G1 MS

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