Polícia já ouviu 7 pessoas no inquérito de estupro no HR e deve conversar com 2 enfermeiros nesta quinta-feira
A Polícia Civil já ouviu sete pessoas após instaurar inquérito de estupro de vulnerável, na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), no qual uma paciente, internada para o tratamento de Covid-19 no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HR-MS), denunciou o possível crime por parte de um enfermeiro.
Ao G1 a delegada Maíra Pacheco, responsável pelas investigações, disse que a vítima, a mãe dela, além de enfermeiras da unidade de saúde foram ouvidas. “Temos estes sete depoimentos no total e amanhã deve ocorrer o depoimento de dois enfermeiros. Nós também estamos aguardando laudos e teremos mais informações para divulgar nos próximos dias”, explicou a delegada.
Na semana anterior, quatro enfermeiras que atuam no hospital e cuidaram da paciente, de 36 anos, prestaram depoimento. Entre elas está a profissional que teve o primeiro contato com a vítima, logo após o crime e que ressaltou que a encontrou “muito abalada”.
“Nós coletamos o depoimento de 4 enfermeiras, a principal delas é a que teve o primeiro contato com a vítima, onde, na troca do plantão a viu em choque, nervosa, abatida e muito abalada. Ela disse que a mulher não tinha feito nenhuma das refeições do horário do noturno e, em determinado momento, a chamou mais próximo da maca e contou o que havia ocorrido”, disse na ocasião a delegada.
A polícia também encaminhou a mulher ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) para que ela faça o exame de corpo de delito e sexologia forense.
Polícia solicitou câmeras do hospital
No início da semana, a Polícia Civil instaurou inquérito na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e solicitou imagens de câmeras do hospital, além de pedir a escala de plantão do dia 4 de fevereiro, data da denúncia do crime.
Entenda o caso
Internada desde o início do mês de fevereiro, com o diagnóstico de Covid-19, a paciente gravou um áudio e pediu para a mãe levar até a delegacia, denunciando suposto crime no hospital. No depoimento, ela disse que o suspeito se apresentou durante a madrugada e disse que ia cuidar dela, porém, “foi uma noite de terror”, ainda conforme o relato da mulher.
Segundo a denúncia, a mulher diz que percebeu os fatos quando começou a sentir frio e o suspeito teria retirado a coberta, pegando um óleo e dizendo a ela que “era bom em massagem”. “Eu não conseguia nem entender, falar direito e ele derramou o óleo e senti os dedos dele. Fiquei desesperada, ele pedia calma, pedia para não chamar a atenção e comecei a tossir muito até que outra enfermeira chegou e perguntou o motivo dele estar ali com a luz apagada. Aí depois veio o médico, ele ainda ficou ali um tempo com medo de eu falar algo, até que minha mãe ligou e eu consegui contar por cima”, relembrou.
Após a ligação, a mulher disse que recebeu a visita de uma assistente social, além de outras profissionais que a acalmaram. Em seguida, ela gravou um áudio e a mãe registrou um boletim de ocorrência por estupro de vulnerável.
Hospital não vai se manifestar
O HRMS disse que não se manifestará a respeito da denúncia. Em nota, o hospital ainda disse que “todos os casos de supostas infrações nos diversos campos, administrativo e assistencial, são pautados nos ditames éticos e legais vigentes para tomada de providências”
*Por G1 MS