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Especialistas explicam funcionamento e eficácia das vacinas virais no organismo

Com a chegada da vacina contra o coronavírus, muitas informações falsas e/ou incompletas sobre a imunização podem gerar dúvidas tanto em relação à eficácia, como a questões sobre reações, entre outros assuntos relacionados.

Primeiro lote com a vacina possui 158 mil doses enviadas pelo Ministério da Saúde

O primeiro lote com a vacina chegou, nesta segunda-feira (18), com 158 mil doses enviadas pelo Ministério da Saúde. A distribuição para os 79 municípios segue o Plano Estadual de Distribuição da Vacina contra a Covid-19, por intermédio de força-tarefa da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Nessa primeira fase serão imunizados os idosos com mais de 60 anos que moram em instituições como casas de repouso, além de indígenas e trabalhadores da área da saúde que estão na linha de frente contra a pandemia de Covid-19.

Para a  gerente técnica de Imunização da SES, Ana Paula Rezende Goldfinger, as vacinas têm o propósito de estimular o sistema imunológico, pois ao serem aplicadas, introduzem vírus ou bactérias inativas ou atenuadas no organismo e fazem com que o sistema imunológico reconheça agentes que causam doenças, produzindo anticorpos que evitam acometimentos mais sérios ou até mesmo a morte. Com isso, a especialista conclui que as vacinas são seguras.

“Os imunizantes são rigorosamente testados e avaliados até que possam ser liberados e ofertados para população, com isso, têm eficácia comprovada, prevenindo doenças e em alguns casos erradicando-as, como é o caso da poliomielite, que não existe no Brasil desde o início dos anos 90 devido às políticas de prevenção do Ministério da Saúde. Portanto, não precisamos ter resistência quanto a sua eficácia”, reforça a gerente da SES .

“A gente acredita que a vacina é eficaz e segura”, ressalta a infectologista, Mariana Croda

Sobre as reações, ela explica que após a aplicação algumas poucas pessoas podem desenvolver sintomas de reação adversa, uma vez que as vacinas são medicamentos e podem causar algum incômodo, dor, febre local ou outro sintoma. “Mas reforçamos que o risco de possível evento adverso e muito pequeno perto dos benéficos ofertados por uma vacina, ainda mais nos dias atuais”.

A infectologista integrante do COE/MS (Centro de Operações Emergenciais), Mariana Croda, acredita que falhas nas informações podem trazer confusão à população em relação à vacinação. “O mundo inteiro está se vacinando, as pessoas de forma alguma estão sendo feitas cobaias, todas as fases de estudo foram muito bem feitas e conduzidas, temos vários países já utilizando, várias vacinas, milhões de pessoas já foram vacinadas em todo o mundo então não tem como Brasil não vacinar mais”.

Mariana ressalta que cientistas brasileiros já possuem ampla experiência com este tipo de vacina. “As vacinas são, na verdade, pequenas partes do vírus que vão fazer com o que corpo entenda, que faça esse reconhecimento e gere anticorpos, ficando então imunizados. Nós temos anticorpos produzidos especificamente contra esse vírus, então isso já é uma técnica que usamos há muitos anos, nós temos várias vacinas semelhantes. Então não temos o que temer”.

O exemplo citado por Mariana Croda se refere as demais virais já aplicadas há muitos anos. “Temos exemplos de vacinas que são seguras e que usamos há muitos anos como a Influenza, vacina do sarampo. A gente acredita que a vacina é eficaz e segura. E mais: não é somente o Brasil que vai usar essa vacina, a estratégia é que tenhamos outras variedades da vacina tanto no público, como no privado”.

“Estamos esperançosos e esperando o imunobiológico para que possamos frear esse vírus tão letal e que vem causando tanto sofrimento e angústia para toda população”, conclui Ana Paula.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou no dia 17 de janeiro o uso emergencial de 6 milhões de doses da vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantã e as 2 milhões de doses da vacina produzida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca.

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