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Mosquitos que combatem a dengue são soltos em Campo Grande

Foi oficialmente inauguração nesta quinta-feira (10) em Campo Grande a biofábrica do Método Wolbachia. Ao mesmo tempo, teve início a liberação dos wolbitos, mosquitos da espécie Aedes aegypti mas que possuem a bactéria capaz de combater a transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya.

A biofábrica funciona na sede do Laboratório Central de Mato Grosso do Sul (Lacen/MS), com a estrutura para produzir aproximadamente 1,5 milhão de mosquitos com Wolbachia por semana. Uma cerimônia oficial marcou a soltura dos primeiros mosquitos com Wolbachia. O evento aconteceu durante a manhã no Parque Ayrton Senna.

Nesta primeira etapa, os bairros Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado terão os mosquitos wolbitos liberados nas próximas 16 semanas, sendo uma vez em cada semana. As liberações ocorrem no período da manhã e são feitas por meio de veículos.

Em 2021, os bairros Alves Pereira, Centro Oeste, Jacy, Jockey Club, Los Angeles, Parati, Pioneiros, Piratininga, Taquarussu, Moreninha e Jardim América receberão os mosquitos.

“Nós sempre buscamos atacar a consequência e não a causa. Com esse projeto certamente vamos ter resultados significativos no enfrentamento das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, que há décadas nós convivemos. A iniciativa se mostrou eficaz em vários outros lugares onde foi implementada e, certamente, aqui em Campo Grande não será diferente. Temos o engajamento dos servidores que estão dedicados neste trabalho e queremos continuar contando com o apoio da população”, disse o prefeito Marcos Trad.

O Método Wolbachia é complementar às demais ações de controle das arboviroses realizadas pela prefeitura. A população deve continuar a realizar as ações de combate à dengue, Zika e chikungunya que já realizam em suas casas e estabelecimentos comerciais.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, destacou que o município foi escolhido para receber o projeto por sua importância epidemiológica e, historicamente, ser combativo ao aumento de casos de dengue, zika e chikungunya. “Esse projeto vem somar aos esforços, sempre lembrando que é um método complementar. Portanto é preciso que todos continuem colaborando para evitar a proliferação do mosquito”, complementou.

Prefeito Marcos Trad e autoridades conhecem a biofábrica

Só este ano, foram 42 mortes por dengue confirmadas e 71.457 casos notificados em todo o Mato Grosso do Sul, que é o segundo estado do País no ranking de incidência da doença.

Wolbachia

O Método Wolbachia tem eficácia comprovada. Um Estudo Clínico Controlado Randomizado (RCT, sigla em inglês), realizado em Yogyakarta, Indonésia, aponta uma redução de 77% na incidência de dengue em áreas tratadas com Wolbachia em comparação com áreas não tratadas. No Brasil, dados preliminares observacionais apontam redução de 75% dos casos de chikungunya em Niterói.

Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti, e foi introduzida por pesquisadores do WMP, iniciativa global sem fins-lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos.

Quando presente no Aedes aegypti, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam no inseto, contribuindo para a redução destas doenças. Não existe modificação genética neste processo.

O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e seja estabelecida uma população destes mosquitos, todos com Wolbachia. Veja ilustração abaixo.

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