Retomada de atendimentos nos Hospitais Regional e Universitário desafogaria a Santa Casa
Com a Santa Casa sobrecarregada, o Ministério Público Estadual (MPMS) quer a retomada dos atendimentos médicos no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) e no Hospital Universitário (HU), ambos em Campo Grande. Uma reunião de emergência foi convocada para essa sexta-feira (23) no intuito de discutir a situação juntamente com as autoridades responsáveis.
Ontem (22), a Promotora de Justiça da Saúde Filomena Aparecida Depolito Fluminhan visitou o prédio da Santa Casa, acompanhada de representantes da Prefeitura de Campo Grande e da Secretaria de Estado de Saúde (SES), para fiscalizar a superlotação.
No entendimento da administração da Santa Casa, a má gestão de regulação de pacientes tem sobrecarregado o maior hospital do Estado. Em cinco dias, o estabelecimento recebeu 521 pacientes, mesmo diante da impossibilidade de serem atendidos devido às chamadas “vaga zero”, em que os pacientes que não encontram local de atendimento e acabam indo ao hospital.
Alguns pacientes portadores de diabetes ou hipertensos haviam deixado de procurar o atendimento. Agora, retomaram seus tratamentos e, muitos, em estado grave. “O caos está instalado aqui no hospital. Pacientes estão sendo despejados”, afirmou Heitor Freire, Diretor-Presidente da Santa Casa.
Na avaliação do MPMS, a atual situação de superlotação da Santa Casa tem muitas causas e variáveis que influenciam, como as questões orçamentárias, questões de encaminhamento de fluxos externos e internos e também à Covid-19. Além disso, a Santa Casa ficou na retaguarda para o atendimento das demais doenças que foram contingenciadas pelo Hospital Regional que teve exclusividade para atendimento da Covid-19 e pelo Hospital Universitário, além do fato de as cirurgias eletivas terem sido todas suspensas.
“A suspensão desses serviços ocorreu de forma regular, para que os recursos estruturais fossem direcionados para os pacientes da covid-19. Porém, as doenças não pararam e se agravaram. Outro tipo de agravamento é em relação aos pacientes que deixaram voluntariamente de procurar atendimento médico em decorrência da pandemia. Atualmente, nós temos um número muito grande de pacientes procurando assistência. Isso, aliado a outros fatores internos, como a falta de insumos, medicamento e recursos humanos, contribuiu para a atual superlotação do hospital”, afirmou a Promotora Filomena Fluminhan durante a visita.
Para ela, é necessária a retomada de alguns serviços de atendimento dos Hospitais Regional e Universitário. “A intenção é diminuir o impacto das demandas para a Santa Casa, tendo em vista que, atualmente, Mato Grosso do Sul tem tido uma diminuição nos casos de atendimento à covid-19”, pontou.
*Com informações da Assessoria de Imprensa do MPMS