Fazendeiro investigado por provocar incêndios no Pantanal tem relações comerciais com Reinaldo Azambuja

Apontado pela Polícia Federal como um dos fazendeiros responsáveis pela origem dos incêndios clandestinos que destroem o Pantanal Sul-mato-grossense há meses, o produtor Pery Miranda Filho, dono das Fazendas Bahia Rica e Campo Dania, ambas na região de Corumbá, é próximo ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), com quem tem negócios relacionados a compra e venda de gado.

A relação entre os dois personagens citados foi tema de uma reportagem publicada nesta segunda-feira (05) pelo Jornal Folha de São Paulo. Conforme a matéria, em janeiro de 2018 houve a venda de gado por parte da Fazenda Bahia Rica para a Fazenda Taquarussu, de propriedade de Reinaldo Azambuja. Os valores não foram divulgados.

Miranda Filho esteve preso no dia 14 de setembro deste ano, quando a Polícia Federal deflagrou a ‘Operação Matáá’ para apurar a origem dos focos de incêndio na região pantaneira. Na oportunidade, o fazendeiro tinha na sua casa munições e armas de fogo sem o registro legal.

A PF acredita que um dos focos primários dos incêndios aconteceu na Fazenda Campo Dania. A investigação usou dados da NASA e do INPE para constatar onde o fogo começou e acusou para um registro no dia 1º de julho na propriedade de Miranda Filho. A defesa do criador de gados nega a denuncia e salienta que não se utiliza mais a queimada para a limpeza de pasto.

À Folha de SP, a assessoria de imprensa de Reinaldo Azambuja disse, por meio de nota, que ele é produtor rural há muito anos e mantém negócios com todo o mercado sul-mato-grossense. Questionada sobre a manutenção dos negócios com os fazendeiros investigados pela PF, a assessoria do governador não respondeu.

Além de Miranda Filha, outros três criadores de gado também foram alvos da operação. A PF acredita que o grupo tenha sido o responsável por provocar um incêndio que destruiu 25  mil hectares no Pantanal entre os dias 30 de junho a 16 de julho deste ano.