Maia diz que é contra CPI para apurar Operação Lava Jato
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse em entrevista à Rádio Banda B, de Curitiba (PR), ser contrário à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Operação Lava Jato. Para ele, excessos cometidos pela operação devem ser apurados pelos meios institucionais próprios do Ministério Público, como o Conselho Nacional do Ministério Público, a Corregedoria da instituição e a Procuradoria Geral da República.
“Eu sou a favor da Lava Jato, mas houve excessos. E em qualquer área, quando há excessos, as pessoas têm que ser punidas. Cabe à própria estrutura de controle do Ministério Público investigar e tomar as decisões, mas não cabe a nenhum de nós interferir nisso”, disse.
Para o presidente da Câmara, “é muito perigoso e sensível” o Congresso fazer esse tipo de investigação. “É claro que todos defendem as investigações e, se excessos forem identificados, cabe às instituições tomar as decisões corretas”, disse.
Sérgio Moro
Questionado a respeito das eleições presidenciais, o presidente da Câmara disse ser contrário à criação de uma regra de quarentena que impeça a candidatura do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.
“De forma nenhuma defendo uma quarentena para prejudicar o Moro. Ele tomou uma decisão difícil ao deixar a carreira de juiz e tem direito de disputar. Não vai ser uma lei que vai tirá-lo da disputa”, disse.
Impeachment
Questionado a respeito de sua posição sobre pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro protocolados na Câmara, Maia voltou a dizer que não há condições para avançar com processos do gênero.
“Impeachment é um julgamento político. Eu não vejo neste momento condições de avançar num processo de impeachment. Isso geraria apenas mais crise, afundaria a economia e aumentaria o desemprego”, disse.
Para Rodrigo Maia, em meio à crise econômica causada pela pandemia da Covid-19, o Congresso precisa avançar em pautas que permitam o enfrentamento da queda de arrecadação e do aumento dos gastos, como a reforma tributária e a Reforma Administrativa.
“Temos que avançar na reforma tributária e esperar que o governo apresente sua proposta de reforma administrativa”, disse.