Servidores da Câmara de Aquidauana desviaram R$ 2 milhões em 3 anos
A Polícia Civil prendeu na manhã desta segunda-feira (27) dois servidores da Câmara Municipal de Aquidauana por prática de peculato e falsificação de documento público. Os alvos da investigação ocupavam os cargos de controlador e de contador da Casa e teriam desviados pelo menos meio milhão de reais somente neste ano de 2020.
A investigação começou após o presidente da Câmara, vereador Mauro do Atlântico (MDB), protocolizar um documento junto a Polícia Civil apontado para possíveis delitos cometidos pelos servidores públicos responsáveis pela escrituração contábil e controladoria interna da Casa.
Conforme a denúncia, em 10 de julho chegou ao conhecimento da mesa-diretora que estariam em aberto os valores decorrentes do imposto de renda que deveriam ter sido repassados para a Prefeitura de Aquidauana em conta especifica. Os envolvidos teriam enviado ao Município, através de e-mail, os comprovantes de depósitos de valores acima de R$ 120 mil reais, sendo que após a verificação junto à agência bancária, se constatou que os repasses se mostraram parcialmente inexistentes.
Foi apurado que os servidores teriam alterado os valores constantes em seus respectivos pagamentos e desviado recursos da conta da Câmara Municipal de Aquidauana para contas pessoais, simulando pagamento de salário conforme extrato recebido através da agencia bancária onde o legislativo movimenta sua conta corrente.
O delegado responsável pelas investigações, Jackson Frederico Vale, disse que foi feita quebra de sigilo bancário dos servidores, cujo salários não chegavam a R$ 10 mil, e passaram a receber R$ 70 mil. A suspeita é de que os servidores tenham desviado R$ 2 milhões entre 2017 a 2020. Além de prender os dois suspeitos, a polícia fez buscas em endereços ligados a eles, com apreensão de documentos.
Os servidores poderão ser enquadrados por pratica dos delitos de peculato, art. 132, falsidade ideológica, art 299, e estelionato, art 171. A Câmara Municipal também instaurou uma sindicância para apurar os fatos. A questão também foi levada ao conhecimento do MPE (Ministério Público Estadual), através da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Comarca de Aquidauana.