Parlamentares criticam fechamento de igreja e falta de respeito às normas vigentes
Durante a primeira sessão ordinária deste mês de julho (1), os deputados estaduais Herculano Borges (Solidariedade), Lidio Lopes (PATRI), Antônio Vaz (Republicanos) e João Henrique (PL) se solidarizaram com membros e pastor de uma igreja evangélica de Campo Grande que teve seu culto interrompido na última segunda-feira (29), por guardas municipais.
Quem trouxe o assunto foi o deputado Herculano, que disse que a atitude foi arbitrária e desrespeitou a Lei 5.502/2020, de sua autoria, que reconhece a atividade religiosa como essencial para a população de Mato Grosso do Sul em tempos de crises ocasionadas por moléstias contagiosas ou catástrofes naturais.
“Os guardas chegaram com o giroflex ligado e acabaram com o culto, assustando pessoas que estavam ali já fragilizadas pela pandemia, em busca do fortalecimento espiritual. Quero me solidarizar com o pastor Denilson e dizer aos órgãos municipais que vamos nos posicionar para defender a liberdade religiosa, seja de qualquer manifestação de fé, que é constitucional e foi reconhecida como atividade essencial. Queremos respeito, só isso”, afirmou Herculano Borges.
Lidio Lopes disse que até procurou o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), quem teria emitido pedido de desculpas à igreja. “O prefeito já se retratou e orientou a equipe para que não aconteça mais do mesmo ocorrido. O pessoal da Guarda Municipal não observou as mudanças nos decretos municipais e agiu de forma errada. Quero também me solidarizar com essa igreja”, anunciou.
As mudanças nos horários do toque de recolher na Capital também foram alvo de críticas do deputado João Henrique. “Quero ressaltar a importância da manutenção das igrejas, pelos serviços prestados nessa pandemia e fazer a ressalva ao servidor público que cumpre a ordem do gestor. É tanta mudança e revogação de decreto, que a prefeitura deveria investir mais em propaganda ou até mesmo enviar mensagem de texto ao cidadão para que saiba o que de fato está valendo por último”, sugeriu.
Antônio Vaz ressaltou que não se deve generalizar o trabalho dos agentes municipais. “Sabemos que tem muitos guardas que exercem um excelente trabalho, mas ficou muito mal essa situação e eles devem tomar cuidado para não cometer nenhuma injustiça. Afinal não podemos aceitar esse tipo de perseguição e não vamos nos calar diante desse acontecido, para não virar moda. Dá uma revolta muito grande, porque há sim uma perseguição sobre nós. Como presidente da Comissão de Saúde tenho sempre orientado a importância dos cuidados com máscaras, álcool em gel e o distanciamento adequado. Se temos cumprido isso não podemos restringir a liberdade de culto”, finalizou o parlamentar que também é pastor de uma igreja evangélica.