Política

Cai Decotelli, o ministro que não tomou posse

Carlos Alberto Decotelli da Silva ficará marcado na história como o ministro que não foi empossado. Apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro como o novo ministro da Educação, ele figou aguardando a solenidade de posse por cinco dias, a contar de sua nomeação, mas o evento jamais aconteceu e, ao invés de festejos, foi obrigado a dar explicações diante das inúmeras acusações contra o seu currículo profissional.

Na terça-feira (30), pressionado pela mídia e por pessoas fortes ligadas ao presidente, foi forçado a entregar uma carta de demissão. Nesta quarta, o Diário Oficial da União (DOU) publicou o decreto tornando sem efeito o ato de nomeação, datado de 25 de junho. O ministro ficou os três últimos dias tentando conter as polêmicas, mas acabou derrotado.

Logo após ser apresentado para o cargo de ministro da Educação, a imprensa já apontava para uma série de irregularidades no passado político dele. No entanto, a primeira grande acusação partiu do reitor da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, Franco Bartolacci, que afirmou que Decotelli não tinha adquirido o título de doutor e sim apenas concluído os créditos do doutorado.

Na sequência, surgiu a acusação de plágio na dissertação de mestrado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e uma informação de que ele não tinha pós-doutorado por uma universidade alemã.

Em nota oficial, o Ministério da Educação e o novo indicado falaram sobre os casos e ressaltaram que os erros seriam retificados no currículo, bem como Decotelli faria uma ampla revisão de seu mestrado por eventuais cópias indevidas.

Decotelli foi o terceiro ministro da gestão de Bolsonaro na Educação. O primeiro foi Ricardo Vélez, que ficou pouco mais de três meses, depois foi Abraham Weintraub, que durou mais tempo, 14 meses.

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